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CRÍTICA
Disco nos leva a viagem musical com segurança
DA REDAÇÃO
Após o show de Lindsay
no sonarsound, no mês
passado, a sensação era de
que aquela música fazia uma
ponte entre as idéias pós-modernas do tropicalismo e
a "modernidade" globalizada. Coisa que os próprios
criadores de "Tropicália", à
exceção de Tom Zé, acabaram por abandonar ao se
renderem ao mercado.
Lindsay é de outra geração. É formado no caldeirão
punk que agitou a Nova
York do fim dos anos 70 e
tem uma relação diferente
com a música. Mesmo influenciado pelo tropicalismo
de Caetano, há em sua obra
uma inquietação que o faz
celebrar e romper com os cânones brasileiros. Por isso
"Salt" traz o frescor que só é
encontrado em artistas da
nova geração brasileira e se
mostra um disco de síntese.
Em "Salt", convivem os
sons da vanguarda de NY
(nas participações de Peter
Scherer e Vernon Reid), o
som moderno eletrônico
americano, a tradição do
samba filtrada pelo tropicalismo e a nova música brasileira, que aparece na produção de Kassin e Berma Ceppas. Há samba, MPB, funk
carioca, dancehall, música
de Carnaval, mas sem que
uma faixa confronte a outra.
E Lindsay, que está cantando
como nunca, nos conduz
com tanta segurança por essa viagem musical, que mal
se percebe o quanto de novo
há neste disco.
(GW)
Salt
Artista: Arto Lindsay
Gravadora: Ping Pong
Quanto: R$ 20, em média
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