São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÍTICA

Disco nos leva a viagem musical com segurança

DA REDAÇÃO

Após o show de Lindsay no sonarsound, no mês passado, a sensação era de que aquela música fazia uma ponte entre as idéias pós-modernas do tropicalismo e a "modernidade" globalizada. Coisa que os próprios criadores de "Tropicália", à exceção de Tom Zé, acabaram por abandonar ao se renderem ao mercado.
Lindsay é de outra geração. É formado no caldeirão punk que agitou a Nova York do fim dos anos 70 e tem uma relação diferente com a música. Mesmo influenciado pelo tropicalismo de Caetano, há em sua obra uma inquietação que o faz celebrar e romper com os cânones brasileiros. Por isso "Salt" traz o frescor que só é encontrado em artistas da nova geração brasileira e se mostra um disco de síntese.
Em "Salt", convivem os sons da vanguarda de NY (nas participações de Peter Scherer e Vernon Reid), o som moderno eletrônico americano, a tradição do samba filtrada pelo tropicalismo e a nova música brasileira, que aparece na produção de Kassin e Berma Ceppas. Há samba, MPB, funk carioca, dancehall, música de Carnaval, mas sem que uma faixa confronte a outra. E Lindsay, que está cantando como nunca, nos conduz com tanta segurança por essa viagem musical, que mal se percebe o quanto de novo há neste disco. (GW)


Salt
   
Artista: Arto Lindsay
Gravadora: Ping Pong
Quanto: R$ 20, em média



Texto Anterior: Música: Senso de urgência de Lindsay chega enfim ao Brasil
Próximo Texto: "Bit" homenageia Mundo Livre S/A
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.