São Paulo, sábado, 15 de outubro de 2011

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E-book ainda não decola entre os leitores europeus

Em Frankfurt, executivos falam da baixa comercialização de livros digitais; Inglaterra lidera mercado, com 10% das vendas

Investimentos de empresas como Amazon e Kobo podem alavancar o consumo digital na Europa

JOSÉLIA AGUIAR
ENVIADA ESPECIAL A FRANKFURT

Nos EUA, os e-books representam quase 20% das vendas do mercado de livros. Na Europa, o ritmo é mais lento.
O percentual não chega a 0,5% na França. Na Alemanha, está entre 1% e 2%. Espanha e Itália se abrem mais que os franceses, mas menos que os alemães. A exceção é a Inglaterra, com 10%.
Entre executivos do mercado editorial, não houve discordância durante os debates na Feira do Livro de Frankfurt, a maior do mundo, que começou na quarta e acaba amanhã, na Alemanha.
Para eles, o livro digital ainda não pegou na Europa.
Outro consenso: o mercado digital só deve engrenar quando redes europeias de varejo de livros investirem em aparelhos próprios, como fez a Amazon nos EUA, com repercussão na Inglaterra.
Não por outra razão dois temas bastante comentados em Frankfurt foram os anúncios, quase simultâneos, de investidas feitas no mercado da França pela Amazon e pela Kobo, sua concorrente canadense com reader próprio.
A Kobo acaba de fazer uma parceria com a Fnac, maior rede francesa de varejo de livros. A Amazon, que já tinha loja virtual em francês, oferece agora o Kindle, aparelho vendido na Alemanha desde o começo do ano. Seu Kindle deve chegar à Itália ainda neste ano e à Espanha em 2012, diz-se nos bastidores.
Vale lembrar: tanto Amazon quanto Kobo já começaram a desenhar sua estratégia no Brasil, onde o mercado de e-books não atinge 1%.

APPS
Se esse mercado não se acelerou, o de "apps", aplicativos para tablets, como o iPad, é quase experimental.
Existem, é claro, iniciativas a louvar. Uma das mais comentadas é a edição turbinada para iPad de "A Terra Desolada", do poeta T.S. Eliot, lançada há quatro meses pela Faber & Faber, tradicional no mercado de livros, e pela Touchpress.
Mas executivos europeus concordam que, até agora, muito se gastou e pouco se arrecadou nessa área.
Isso não quer dizer que, em Frankfurt, não se tratou do futuro digital do livro. Conferências, debates e encontros giraram em torno de assuntos como "gameficação" das obras, transmídia, "hybrid books", livros em nuvens, leitura compartilhada, metadata e narrativas do futuro. Um dia a coisa pode deslanchar.



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