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Busca por novo marca carreira
EDSON FRANCO
Editor de Veículos
Com um pendor quase irresponsável -mas nunca inconsequente- pela inovação, Jeff Beck entra
para a história da música deste século como aqueles gênios criadores que só são decifrados pelas gerações futuras. Como um trapezista que dispensa a rede, ele tem
atração pelo risco. Sua carreira é
eterna busca pelo inusitado. Sempre que uma fórmula funciona,
Beck procura novos problemas.
Foi assim quando, no final dos
anos 60, o guitarrista participou da
"redescoberta" britânica do blues
e da gestação do heavy metal. Na
década seguinte, Beck produziu algumas das poucas idéias interessantes da canoa furada chamada
jazz-fusion. Dos anos 80 para cá,
ele se ocupa em tornar instigantes
as variações do pop.
Acompanhar a trajetória de Beck
não é tarefa para ouvinte médio.
Embora palatável, sua música atrai
mais a admiração e o respeito de
seus parceiros guitarristas. Mais
do que tocar com correção técnica,
Beck se preocupa em esculpir notas. Além das funções harmônicas,
elas passam a compor textura coesa. O fraseado do guitarrista transforma ruído e som em sinônimos.
O resultado é uma obra julgada
pelos subprodutos. Seus experimentos para transformar o braço
da guitarra em terreno inexplorado viraram desculpa para guitarristas que não sabem tocar. Beck
tem sua dose de culpa. Seu talento
para administrar a carreira é inverso àquele que ele mostra com a
guitarra. Jamais conseguiu ficar
em um grupo tempo suficiente para que sua obra falasse mais alto
que as de seus subprodutos.
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