São Paulo, Segunda-feira, 15 de Novembro de 1999
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DISCO CRÍTICA

CD roça o pop perfeito

do enviado a Miami

"There Is Nothing Left to Lose" é colocado no aparelho e já na primeira emissão sonora de "Stacked Actor", a faixa de abertura, dá para perceber que Dave Grohl ainda segue direitinho a cartilha do Nirvana, sua ex-banda.
Não há demérito nenhum aí. Significa, isso sim, barulho bom à vista.
"Stacked Actor" é poderosa e põe o disco para começar à toda. Sob a levada trecho calmo-trecho ruidoso-trecho calmo, Dave Grohl berra na letra contra falsas atrizes com peitos bonitos, que na verdade parecem drag queens e vão acabar morrendo loiras. Alguém disse Courtney Love?
A punkosa "Breakout" chega. Poderia ter sido gravada em 1991, época de ouro do grunge, que não passaria batida.
É a segunda música, e a impressão que se tem é a de que o álbum só deve piorar, porque não é possível ter mais músicas bacanas como essas duas primeiras. Mas não.
Vem o hit "Learn to Fly", surge a simpática "Gimme Stitches" e chegam três espetaculares:
"Generator", música que mistura o melhor do Foo Fighters com o wah-wah impagável imortalizado por Peter Frampton.
"Aurora", balada das boas que tem um riff de guitarra matador acompanhando a voz sincera de Grohl.
E "Live-In Skin", um rock sofrido, mas não lento, que só não é melhor porque não dá para entender o que Grohl pretende dizer com a letra.
O disco só vai acabar com quatro boas músicas depois. A última faixa, "M.I.A.", é canção melosa ideal para embalar os filmes teens americanos.
O Foo Fighters sofre da aflição do Nirvana, sim, mas a possibilidade de unir essa influência ao bubblegum de primeira qualidade leva a banda a uma quase perfeição pop.
É um grupo em grande forma. E o rock agradece. (LR)


Avaliação:     
Disco: There Is Nothing Left to Lose
Banda: Foo Fighters
Lançamento: BMG
Quanto: R$ 20, em média


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