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CRÍTICA
Músico usa voz como percussão
especial para a Folha
Quando um
músico criativo
e experiente como Naná Vasconcelos decide
colocar sua percussão e idéias sonoras a serviço
da música popular brasileira, todos saem ganhando.
É o que mostra o CD "Contaminação", uma espécie de viagem
sentimental pelos ritmos do Nordeste, pilotada por um músico
que precisou passar duas décadas
fora, intrigando platéias pelo
mundo, até começar a ser mais reconhecido em seu país.
Ninguém pense que, ao revisitar
o maracatu ("Science"), o baião
("Luz de Candeeiro") ou o samba
de roda ("To You To"), Naná tenha deixado de lado a original
concepção sonora que o transformou em figurão do jazz.
Usando sua voz como percussão (com a plena consciência de
não ser um cantor), assim como
sabe utilizar seus instrumentos de
percussão como vozes, Naná prova mais uma vez que, para se fazer
música de qualidade, o que importa não é o que se toca, mas como se toca.
Até mesmo em sua estréia como
letrista, o saldo de Naná é positivo. Despretensiosas, as letras de
canções como "Irapurú" ou
"Quase Choro" funcionam porque o autor conhece a fundo os
gêneros que toca.
Tomara que o negão Naná e sua
percussão criativa voltem mesmo
a entrar na roda da música popular brasileira. E que não saiam
mais tão cedo.
(CC)
Avaliação:
Disco: Contaminação
Autor: Naná Vasconcelos
Convidados: Alceu Valença, Vinícius Cantuária e Peter Scherer
Lançamento: Estúdio M.Officer; chega dia 20 às lojas de CDs e da grife
Quanto: R$ 20, em média
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