São Paulo, Segunda-feira, 15 de Novembro de 1999
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CRÍTICA

Músico usa voz como percussão

especial para a Folha

Quando um músico criativo e experiente como Naná Vasconcelos decide colocar sua percussão e idéias sonoras a serviço da música popular brasileira, todos saem ganhando.
É o que mostra o CD "Contaminação", uma espécie de viagem sentimental pelos ritmos do Nordeste, pilotada por um músico que precisou passar duas décadas fora, intrigando platéias pelo mundo, até começar a ser mais reconhecido em seu país.
Ninguém pense que, ao revisitar o maracatu ("Science"), o baião ("Luz de Candeeiro") ou o samba de roda ("To You To"), Naná tenha deixado de lado a original concepção sonora que o transformou em figurão do jazz.
Usando sua voz como percussão (com a plena consciência de não ser um cantor), assim como sabe utilizar seus instrumentos de percussão como vozes, Naná prova mais uma vez que, para se fazer música de qualidade, o que importa não é o que se toca, mas como se toca.
Até mesmo em sua estréia como letrista, o saldo de Naná é positivo. Despretensiosas, as letras de canções como "Irapurú" ou "Quase Choro" funcionam porque o autor conhece a fundo os gêneros que toca.
Tomara que o negão Naná e sua percussão criativa voltem mesmo a entrar na roda da música popular brasileira. E que não saiam mais tão cedo. (CC)



Avaliação:    

Disco: Contaminação
Autor: Naná Vasconcelos
Convidados: Alceu Valença, Vinícius Cantuária e Peter Scherer
Lançamento: Estúdio M.Officer; chega dia 20 às lojas de CDs e da grife
Quanto: R$ 20, em média


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