|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
CRÍTICA ERUDITO
Na Áustria, Osesp toca russos com coesão
Orquestra faz concerto com performance inspirada do violoncelista Antonio Meneses e é convidada a voltar em 2013
AUSTRÍACOS DIFICILMENTE APLAUDEM DE PÉ, MAS BATEM OS
PÉS, E, COM ISSO, GANHARAM BIS
DE BRASILEIROS
|
SIDNEY MOLINA
ENVIADO ESPECIAL A SALZBURGO
Em sexta chuvosa (12/11),
a Grosses Festspielhaus
(Grande Sala do Festival) de
Salzburgo estava lotada
-pelo segundo dia consecutivo- para assistir à Orquestra Sinfônica de São Paulo.
Sob a regência de Yan Pascal Tortelier, o concerto focado em compositores russos
contou com a presença, na
plateia, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e
do governador de São Paulo,
Alberto Goldman.
As cordas da orquestra estavam especialmente coesas:
timbre homogêneo, expressividade, concentração e bom
aproveitamento da acústica
para contrastes de dinâmica.
Antes das obras russas, a
"Alvorada" da ópera "Lo
Schiavo", de Carlos Gomes
(1836-1896), já mostrava uma
sonoridade encorpada, diferente da do dia anterior. E a
citação final do "Inno della
Libertà" parece ter sido a melhor da turnê até aqui.
Nunca é demais ressaltar
as qualidades do violoncelista Antonio Meneses, solista
do "Concerto n.1", de Dmitri
Shostakovich (1906-1975):
volume sonoro do tamanho
da sala, técnica perfeita, elegância estilística e raro senso
de diálogo camerístico com a
orquestra (destaque para o
trompista Dante Yenque).
Mas a sua performance foi
particularmente inspirada,
forte e extrovertida -talvez
porque, nesse mesmo lugar,
ele, ainda jovem, tocara sob a
regência do lendário Herbert
von Karajan (1908-1989).
Como em Viena, o seu bis
foi a "Sarabande" da "Suíte
n.1 para violoncelo solo", de
Bach (1685-1750).
A "Sinfonia n. 2", de Sergei
Rachmaninov (1873-1943),
ocupou toda a segunda parte
do programa.
Dedicado aos detalhes de
cada frase, Tortelier enfatizou igualmente a continuidade, a emergência dos motivos que perpassam de um
movimento ao outro -como
o resgate do "Largo" inicial
no terceiro movimento.
Ao contrário do público
brasileiro, os austríacos dificilmente aplaudem de pé.
Mas, depois de minutos de
incessantes palmas, começam a bater também os pés,
e, com isso, ganharam dois
bis de compositores brasileiros (Villa-Lobos e Edu Lobo).
Os dois concertos da Osesp
foram os primeiros de uma
orquestra das Américas na
temporada regular da sala.
Foram muito bem-sucedidos, o que motivou o convite
-anunciado logo após a
apresentação- para retornar
daqui a três anos.
O crítico SIDNEY MOLINA viajou a convite
da Osesp
OSESP EM SALZBURGO
AVALIAÇÃO ótimo
Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Luís Felipe Pondé: A 25 mil pés Índice | Comunicar Erros
|