São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 2000 |
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Disco chega às lojas na segunda, um dia antes do aniversário de morte de sua mulher O amor goleia a religião no novo Roberto Carlos
LÚCIO RIBEIRO DA REPORTAGEM LOCAL O Rei está nu. E está mais para Elvis Presley do que para padre Marcelo. Fez-se ouvir ontem, finalmente, o "encantado" novo CD de Roberto Carlos, em cerimônia, ou melhor, audição para a imprensa, a portas fechadas e realizada simultaneamente em SP e no Rio. "Amor sem Limite", o disco, espera a gravadora Sony, não demorará muito para percorrer o caminho dos ouvidos jornalísticos até a marca de 1 milhão de cópias vendidas, fato considerado raro no mercado discográfico brasileiro atual. Tradicional álbum de final de ano de Roberto Carlos e primeiro CD formado basicamente por composições inéditas em quatro anos, "Amor sem Limite" batiza o novo disco, o novo show e a nova música de trabalho, que tem impregnado as rádios. O disco, cuja entrega o cantor adiou por três vezes, está sendo feito em turnos dobrados pela fábrica que serve a Sony. E um esquema especial feito a toque de caixa pela fábrica está sendo preparado para que o CD esteja nas lojas na próxima segunda-feira. O disco, sabe-se faz tempo, foi feito à sombra da tristeza que Roberto Carlos sentia pela perda da mulher, Maria Rita, em dezembro do ano passado, cujo aniversário de morte se dá coincidentemente um dia depois de o disco feito para ela chegar às lojas. O disco, soube-se agora, traz dez faixas, não é construído em torno de um tema físico específico (gordinhas, baleias, mulher de óculos) e é a vitória absoluta do Roberto romântico em detrimento daquele de faceta religiosa. Do total de músicas, nove são sobre o amor. Só na faixa sete, "Tu És a Verdade, Jesus", uma das três com parceria de Roberto e Erasmo, o Rei se entrega à pregação. O disco abre com a balada "O Grande Amor da Minha Vida", cuja letra Roberto assume para si e em que mostra sua melhor forma em arrancar suspiros com versos como "Te beijei na boca e percebi/ Que era o seu primeiro beijo/ Respeitei você, sua inocência/ E ignorei o meu desejo". A faixa-título vem em seguida. E, mesmo com um solo de guitarra ao estilo britpop, deve servir como espelho para os mais românticos. Está tudo na medida. Há um bolerão, "Um Grude (Um do Outro)", há uma incursão à jovem guarda, "Tudo", de Martinha, há amor shakespeariano em "Momentos Tão Bonitos" ("Eu gosto de ouvir/ Você dizer pra mim/ Que nunca em sua vida/ Ouviu falar de amor assim"). Há também regravações, como "Eu te Amo Tanto" (98), "Mulher Pequena" (92) e "Quando Digo Que te Amo" (96). Para essas faixas, não foi usado o fonograma dos álbuns antigos. Ele foi ao estúdio para regravá-las, justificando que a inclusão das canções se deu por acreditar que são as que mais têm a ver com Maria Rita. Rei desnudo, agora Roberto Carlos vai à eternidade, pelo menos neste final de dezembro, quando o Brasil recebe seu disco novo, o especial de TV, o relançamento de 42 CDs e da edição em DVD de seus filmes. Amor sem Limite Artista: Roberto Carlos Lançamento: Sony Quanto: R$ 20 (em média) Texto Anterior: Programação da TV Próximo Texto: Todos menos este Índice |
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