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Versolato desfila hoje para o jet-set
da Redação
Com sabor de vitória, o estilista
Ocimar Versolato desfila hoje às
14h, em Paris, sua segunda coleção
de alta-costura. Trata-se de um seleto grupo de 24 estilistas que cria
para uma elite fashion/econômica, mulheres sofisticadas que
compram vestidos únicos, feitos
sob medida em ateliês, com tecidos de alto luxo.
Segundo a mitologia da alta-costura, são 200 essas compradoras,
em todo o mundo (já no prêt-à-porter, as roupas são feitas em série e vendidas em butiques). Versolato comemora a venda de 80
peças de sua primeira coleção.
"Lógico que são clientes ricas e
levam uma vida de jet-set. Mas são
low-profile -se não, nem procurariam minha roupa", definiu o
estilista em entrevista à Folha, anteontem, por telefone, de Paris.
Versolato tem motivos para sua
tranquilidade. Ele volta a se equilibrar após crise financeira, apoiado
pelo grupo brasileiro Pessoa de
Queiroz, e seu estilo para a alta-costura foi chamado pela mídia
"nouvelle couture", a nova costura. "Todo mundo gostou; a imprensa percebeu minha proposta.
Não é "bolo de chantilly", é limpar
tudo mesmo", fala o estilista sobre
seus vestidos, que custam em média US$ 30 mil.
"Queria criar um novo clima,
uma nova ambientação, uma nova
raça. Assim, fiz um japonês-africano, uma russa africana, sem
nunca cair no étnico. Fiz também
uma mistura do rústico com o refinado do Japão." Uma das imagens mais fortes da coleção, segundo ele, são as peças bordadas
com centenas de correntinhas de
metal sobre o tule transparente.
O desfile abre com uma seção de
roupas com plumas, seguido de
vestidos de telas com 5 cm de abertura. As cores são branco e colorido; branco com preto; pastel quase
cor-de-pele, junto a peças que misturam amarelo ácido com vermelho-fluo, com branco e bege.
O cabelo das modelos é grande,
com volume; a maquiagem aparece somente no olho, supernatural.
Cada modelo ganha um look diferente, dependendo do rosto.
Outra novidade de Versolato para a alta-costura é a composição da
trilha sonora, juntamente com o
DJ de tecno Nicolas Baby. "Queria
um som novo, para excitar um
pouco", diz o estilista, animado
com a música eletrônica.
O próximo passo agora é a coleção do prêt-à-porter, que fica
pronta em 30 de janeiro, para ser
desfilada em Paris por volta de 15
de março e mostrada em show-room antes, no início de fevereiro,
na Europa e no Brasil.
Para essa temporada de outono-inverno, Versolato quis mudar de
dia, já que nos desfiles de verão,
em outubro último, ficou espremido entre Givenchy e Martine
Sitbon. "É muito trabalho para a
coleção não ser mostrada no horário correto", diz. "Foi só ameaçar
me mudar para Nova York (junto
à câmara de moda francesa) que
consegui uma nova data."
(ERIKA PALOMINO)
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