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"A Conspiração do Silêncio" retrata a prisão de Genoino
da Agência Folha, em Belém
Quase 30 anos depois, os guerrilheiros que sobreviveram à ação
no Exército no Araguaia consideram que a guerrilha foi uma forma legítima de luta contra a ditadura. "Estávamos lutando contra
um governo terrorista", diz o deputado federal José Genoino (PT-SP), que passou dois anos na região.
"A guerrilha era uma tentativa
de sobreviver politicamente", diz
a ex-guerrilheira e enfermeira
Criméia Almeida, 53, que participa da Comissão de Familiares de
Mortos e Desaparecidos Políticos.
Hoje, contudo, os dois dizem
que, sob um regime democrático,
há formas de ação política mais
eficazes. Algumas das histórias de
Criméia e Genoino estão no roteiro de "A Conspiração do Silêncio". O filme terá uma cena baseada na prisão de Genoino, ocorrida
em 1972.
Disfarçado de camponês e preso separadamente, Genoino dizia
aos militares que não conhecia os
guerrilheiros. Mas um cachorro
que pertencia ao grupo, segundo
ele relata, insistia em segui-lo, o
que fez os soldados desconfiarem
de sua versão.
"Mesmo assim, eles só conseguiram descobrir quem eu era depois, na prisão", disse o deputado,
que foi torturado e ficou detido
por cinco anos.
Já Criméia, que teve seu filho no
período em que esteve presa, é
uma das inspirações para a personagem Dora que, como ela, era
enfermeira.
Tanto Genoino quanto Criméia
foram presos antes da última
campanha do Exército que, segundo o historiador Jacob Gorender, foi a mais violenta e mais bem
preparada.
Para Genoino, a forma como foi
reprimida a guerrilha demostra o
poder do regime militar naquela
época. "Nós subestimamos os militares", afirma o deputado e ex-guerrilheiro.
(LI)
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