São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

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Crítica/"A Turma da Mônica em uma Aventura no Tempo"

Animação valoriza humor antenado das tirinhas e resolve fôlego curto das tramas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"A Turma da Mônica em uma Aventura no Tempo", o 10º longa de Mauricio de Sousa, oitavo feito para o cinema, é sem dúvida o melhor de todos. E em todos os sentidos. Pela primeira vez, é possível identificar o humor antenado das tirinhas atuais tanto no ritmo ágil da trama quanto na eficiente escrita de diálogos, incluindo gírias e expressões populares. Os personagens ganham cor e credibilidade. E o filme fica mais simpático e bem-humorado.
A tradicional deficiência das obras anteriores -inerente à boa parte da produção cinematográfica nacional- era a fragilidade do roteiro. A estrutura fragmentada, em curtas, limitava maiores vôos. Mas o roteiro resolve bem o fôlego curto das tramas ao enviar cada personagem a um tempo específico (seja a pré-história, um passado recente ou o século 30) atrás de cada um dos elementos (fogo, água, terra e ar), que se dispersam depois que uma experiência de Franjinha é interrompida por Mônica na tradicional perseguição a Cebolinha e Cascão.
O longa trabalha com uma bem articulada simultaneidade de tramas, compreensível até por crianças menores. Essa variedade possibilita a inclusão de muitos personagens da família, como Piteco, Astronauta e Papa-Capim, além da versão "baby" dos protagonistas, sem falar na criação de novos tipos -a melhor é a Cabeleira Negra, bela pirata do futuro, descendente de Barba Negra.
No bem-arranjado pacote, entra ainda a trilha sonora, acima da média. E há boas mensagens, como a de preservação da natureza, na trama com o bandeirante "do mal", e a inserção ativa dos dois personagens deficientes físicos, a cega Dorinha e Luca, em cadeira de rodas.


TURMA DA MÔNICA - UMA AVENTURA NO TEMPO    
Direção: Mauricio de Sousa
Produção: Brasil, 2007
Quando: estréia hoje nos cines Eldorado, Pátio Higienópolis e circuito


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