São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

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Música

Japão inspira novo CD da dupla francesa Air

"Pocket Symphony" será lançado no dia 5, mas já pode ser ouvido na internet

No álbum, Jean-Benoit Dunckel e Nicolas Godin apostam mais no acústico e utilizam instrumentos de cordas típicos japoneses


TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais acústica e menos "eletronic perfomer", a dupla francesa Air se volta ao Oriente em seu novo álbum "Pocket Symphony". O lançamento é no próximo dia 5, mas as faixas já podem ser ouvidas em www.pocket-symphony.com.
Jean-Benoit Dunckel e Nicolas Godin seguem a pista deixada por "Alone in Kyoto", do CD anterior "Talkie Walkie" e trilha de "Encontros e Desencontros", de Sofia Coppola. Dois tradicionais instrumentos de cordas japoneses, o koto e o shamisen, inspiraram "Pocket Symphony". Godin se dedicou a eles durante um ano. Os acordes do koto aparecem no início de "One Hell of a Party". No clipe de "Once Upon a Time", que pode ser visto no site do disco e no YouTube, uma gueixa aparece com um shamisen em mãos.
A imagem é uma clara representação do japonismo ao qual o duo se rendeu. Ícone da cultura japonesa, a gueixa surge como um indiscutível clichê. Em seus quatro discos anteriores, o Air surpreendeu por unir passado e futuro, kitsch e sofisticação, tradição e modernidade -elementos geralmente resumidos pela dualidade eletrônico/acústico.
A surpresa em "Pocket Symphony" é justamente a carência dessa oposição. "Este álbum é diferente. Nós decidimos voltar a um estilo de trilha sonora, com mais ênfase na parte instrumental e menos canções", explica Godin, em texto postado no site.
Um sinal dessa mudança é a conceitual e insuportável primeira faixa, "Space Maker".
Dois minutos de chiado de uma TV sem sintonia, um ambiente sonoro que destoa de todo o resto do disco, bem mais zen.
Apesar do deslumbramento nipônico, o disco tem bons momentos, como a balada "Left Bank", além da participação do ex-Pulp Jarvis Cocker.
Se falta ao novo disco do grupo elementos mais pops, dois trabalhos recentes mostram que suas antenas não estão desplugadas do Ocidente.
Um é "Darkel", disco solo de Dunckel, lançado em setembro. O álbum não chega a rivalizar com "Pocket Symphony", mas nele estão os sintetizadores e as variações de estilo (rocks, baladas, músicas mais "eletrônicas"), presentes em "Moon Safari" (de 98) e "10,000 Hz Legend" (de 2001), que faltam ao novo CD do Air.
O outro é "5:55", parceria da dupla com a atriz e cantora Charlotte Gainsbourg, que está em "A Ciência do Sono", o novo filme de Michel Gondry.
Sua estréia em disco tem pungência e frescor, evidentes em "The Operation" e na sussurrada "Elastique", que evoca "Je T'Aime Moi Non Plus", gravada por seus pais, Jane Birkin e Serge Gainsbourg.


POCKET SYMPHONY    
Artista: Air
Gravadora: EMI
Quanto: a definir


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