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Música
Japão inspira novo CD da dupla francesa Air
"Pocket Symphony" será lançado no dia 5, mas já pode ser ouvido na internet
No álbum, Jean-Benoit Dunckel e Nicolas Godin apostam mais no acústico e utilizam instrumentos de cordas típicos japoneses
TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais acústica e menos "eletronic perfomer", a dupla francesa Air se volta ao Oriente em
seu novo álbum "Pocket
Symphony". O lançamento é no
próximo dia 5, mas as faixas já
podem ser ouvidas em www.pocket-symphony.com.
Jean-Benoit Dunckel e Nicolas Godin seguem a pista deixada por "Alone in Kyoto", do CD
anterior "Talkie Walkie" e trilha de "Encontros e Desencontros", de Sofia Coppola.
Dois tradicionais instrumentos de cordas japoneses, o koto
e o shamisen, inspiraram "Pocket Symphony". Godin se dedicou a eles durante um ano.
Os acordes do koto aparecem
no início de "One Hell of a
Party". No clipe de "Once Upon
a Time", que pode ser visto no
site do disco e no YouTube,
uma gueixa aparece com um
shamisen em mãos.
A imagem é uma clara representação do japonismo ao qual
o duo se rendeu. Ícone da cultura japonesa, a gueixa surge
como um indiscutível clichê.
Em seus quatro discos anteriores, o Air surpreendeu por
unir passado e futuro, kitsch e
sofisticação, tradição e modernidade -elementos geralmente resumidos pela dualidade
eletrônico/acústico.
A surpresa em "Pocket
Symphony" é justamente a carência dessa oposição.
"Este álbum é diferente. Nós
decidimos voltar a um estilo de
trilha sonora, com mais ênfase
na parte instrumental e menos
canções", explica Godin, em
texto postado no site.
Um sinal dessa mudança é a
conceitual e insuportável primeira faixa, "Space Maker".
Dois minutos de chiado de uma
TV sem sintonia, um ambiente
sonoro que destoa de todo o
resto do disco, bem mais zen.
Apesar do deslumbramento
nipônico, o disco tem bons momentos, como a balada "Left
Bank", além da participação do
ex-Pulp Jarvis Cocker.
Se falta ao novo disco do grupo elementos mais pops, dois
trabalhos recentes mostram
que suas antenas não estão
desplugadas do Ocidente.
Um é "Darkel", disco solo de
Dunckel, lançado em setembro. O álbum não chega a rivalizar com "Pocket Symphony",
mas nele estão os sintetizadores e as variações de estilo
(rocks, baladas, músicas mais
"eletrônicas"), presentes em
"Moon Safari" (de 98) e
"10,000 Hz Legend" (de 2001),
que faltam ao novo CD do Air.
O outro é "5:55", parceria da
dupla com a atriz e cantora
Charlotte Gainsbourg, que está
em "A Ciência do Sono", o novo
filme de Michel Gondry.
Sua estréia em disco tem
pungência e frescor, evidentes
em "The Operation" e na sussurrada "Elastique", que evoca
"Je T'Aime Moi Non Plus", gravada por seus pais, Jane Birkin
e Serge Gainsbourg.
POCKET SYMPHONY
Artista: Air
Gravadora: EMI
Quanto: a definir
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