São Paulo, terça-feira, 16 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TELEVISÃO

Crítica

Spike Lee se irrita e faz crítica irada e formidável

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Existe um momento de mudança profunda no cinema de Spike Lee, que se pode, talvez, caracterizar como antes e depois do atentado às Torres Gêmeas, em Nova York.
Pois bem, "A Hora do Show" (Cinemax, 19h45; 12 anos) é um filme que precede esse acontecimento. Temos ali, de certa forma, um desses pontos altos da irritação de Spike Lee com os brancos dos Estados Unidos.
Na trama, temos um produtor de TV negro, bem-sucedido, às voltas com uma estranha encomenda: produzir um programa com (e para) negros que fuja aos padrões bem comportados dos tempos de "politicamente correto".
O produtor acaba entregando nada menos do que um show que representa os negros como tolos trabalhadores de uma plantação sulista. O sarcasmo é total. Para sua surpresa, o sucesso também.
Com quem se irrita Spike Lee, afinal? Com os brancos, com os negros, com a impotência da arte? Desse todo ele faz um conjunto irado, desequilibrado, formidável.


Texto Anterior: Televisão/O melhor do dia
Próximo Texto: José Simão: Ueba! "Caras" em Israel é "Çaras"!
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.