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O mal das
montanhas
HELOÍSA SEIXAS
Leio um livro sobre a escalada ao Everest. O açoite
do vento, os corpos castigados pelo esforço sobre-humano, o ar rarefeito, calor e
frio. Semanas de tortura e
terror, em que os alpinistas
se vêem frente a frente com
a morte. E, ao fim da escalada, o pico lá em cima, no
topo do mundo, com seus
quase nove mil metros,
quando alcançado, mostra-se insignificante. Apenas um platô onde - por
cansaço, terror e falta de ar
- não se pode permanecer
por mais do que poucos
minutos. Então, por quê?
Escrever é um pouco assim. Como o mal das montanhas.
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