São Paulo, segunda, 16 de março de 1998

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O mal das montanhas

HELOÍSA SEIXAS

Leio um livro sobre a escalada ao Everest. O açoite do vento, os corpos castigados pelo esforço sobre-humano, o ar rarefeito, calor e frio. Semanas de tortura e terror, em que os alpinistas se vêem frente a frente com a morte. E, ao fim da escalada, o pico lá em cima, no topo do mundo, com seus quase nove mil metros, quando alcançado, mostra-se insignificante. Apenas um platô onde - por cansaço, terror e falta de ar - não se pode permanecer por mais do que poucos minutos. Então, por quê?
Escrever é um pouco assim. Como o mal das montanhas.



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