ANDRÉ MUGGIATI
da Agência Folha, em Manaus

O 1º Festival Internacional de Ópera de Manaus, organizado pelo violinista alemão Michael Jelden, no teatro Amazonas, já havia vendido 8.000 ingressos até ontem.
Iniciado no dia 5 de abril, o festival tem tido casa lotada em quase todos os espetáculos e está sendo considerado pelos organizadores como o maior sucesso cultural em Manaus dos últimos anos.
``Carmem'', de Bizet, é o espetáculo mais procurado. Vendeu todos os 600 ingressos para as duas primeiras apresentações, nos dias 9 e 12. Para hoje e para o dia 19, também não há mais ingressos.
A procura é grande, também, para ``O Barbeiro de Sevilha'', de Rossini.
Entre as óperas apresentadas, a que menos despertou interesse até agora foi ``La Traviata'', de Verdi. Conseguiu preencher os 600 lugares do teatro em apenas uma das quatro apresentações, no dia 11.
Essa apresentação contou com um espectador ilustre: o presidente Fernando Henrique Cardoso. ``Excepcional. Muito emocionante. Uma grande atriz'', disse, elogiando a solista russa Natalya Kostenko, ao sair do teatro.
Ao todo, para os últimos dias do festival, que termina dia 21, há cerca de 800 ingressos disponíveis.
Jelden considera boa a procura pelas óperas. ``Conseguimos mostrar que o público prestigia espetáculos desse tipo'' disse.
Um dos motivos para o sucesso é também o preço dos ingressos, entre R$ 20 e R$ 55.
Jelden já pensa na organização de um segundo festival, no próximo ano. ``Queremos transformar o festival de ópera de Manaus em um evento anual'', diz.
Para viabilizar o festival, Jelden teve que investir dinheiro do próprio bolso e contar com a colaboração de músicos amigos, que não cobraram seus cachês habituais. Ele não disse quanto gastou.

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