|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA CLÁSSICA
CD será lançado na semana que vem
Suave "revolucionário", Debussy ganha volume da Coleção Folha
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em música, a suavidade pode
ser mais revolucionária do que a
barulheira. O próximo volume da
Coleção Folha de Música Clássica
(nš 32) traz a suave música para
piano solo de um dos principais
inovadores do século 20: o francês
Claude Debussy (1862-1918).
Uma peça orquestral de Debussy, o "Prelúdio para a Tarde de
um Fauno" (presente no volume
24 da Coleção Folha), baseado em
poema de Mallarmé, e escrito em
1894, é considerada por Paul Griffiths como o ponto de partida para a música moderna.
Revolução houve, mas uma revolução sutil, com luvas de pelica,
sem os estrondos que habitualmente acompanham as vanguardas estéticas. A paleta orquestral
de Debussy mostrava nesta peça
um refinamento que acompanharia sua escrita para piano.
O compositor dizia que "é preciso fazer esquecer que o piano
tem martelos". Não por acaso, foi
para piano que o francês escreveu
sua mais famosa melodia, uma
das mais célebres do repertório de
concerto: a pungente "Clair de
Lune", que faz referência ao poema homônimo de Paul Verlaine.
Outro literato que serviu de inspiração a Debussy foi Charles
Baudelaire. Um dos prelúdios para piano solo -presente no volume da Coleção Folha que sai na
semana que vem- se chama "Les
Sons et les Parfums Tournent
dans L'Air du Soir", que é a terceira linha do poema "Harmonie du
Soir", integrante das "Flores do
Mal", de Baudelaire.
A temática do compositor, contudo, não precisava vir sempre de
fontes literárias. Sua filha, que ele
apelidara de Chouchou, foi a motivação para Debussy compor
"Children's Corner", suíte de peças para piano solo com temática
infantil, mas com dificuldades
técnicas acessíveis apenas a intérpretes adultos.
A suíte inclui itens de bom humor, como "Golliwog's Cake-Walk", que flerta com as danças
americanas de salão da época (daí
a alusão ao "cakewalk", gênero
aparentado ao "ragtime") e inclui
uma ligeira alusão paródica ao tema de amor da ópera "Tristão e
Isolda", de Richard Wagner.
Texto Anterior: Filme acompanha turnê de Madonna Próximo Texto: Internet: Iraquiana relata o caos de Bagdá em blog Índice
|