São Paulo, domingo, 16 de abril de 2006

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MÚSICA CLÁSSICA

CD será lançado na semana que vem

Suave "revolucionário", Debussy ganha volume da Coleção Folha

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em música, a suavidade pode ser mais revolucionária do que a barulheira. O próximo volume da Coleção Folha de Música Clássica (nš 32) traz a suave música para piano solo de um dos principais inovadores do século 20: o francês Claude Debussy (1862-1918).
Uma peça orquestral de Debussy, o "Prelúdio para a Tarde de um Fauno" (presente no volume 24 da Coleção Folha), baseado em poema de Mallarmé, e escrito em 1894, é considerada por Paul Griffiths como o ponto de partida para a música moderna.
Revolução houve, mas uma revolução sutil, com luvas de pelica, sem os estrondos que habitualmente acompanham as vanguardas estéticas. A paleta orquestral de Debussy mostrava nesta peça um refinamento que acompanharia sua escrita para piano.
O compositor dizia que "é preciso fazer esquecer que o piano tem martelos". Não por acaso, foi para piano que o francês escreveu sua mais famosa melodia, uma das mais célebres do repertório de concerto: a pungente "Clair de Lune", que faz referência ao poema homônimo de Paul Verlaine.
Outro literato que serviu de inspiração a Debussy foi Charles Baudelaire. Um dos prelúdios para piano solo -presente no volume da Coleção Folha que sai na semana que vem- se chama "Les Sons et les Parfums Tournent dans L'Air du Soir", que é a terceira linha do poema "Harmonie du Soir", integrante das "Flores do Mal", de Baudelaire.
A temática do compositor, contudo, não precisava vir sempre de fontes literárias. Sua filha, que ele apelidara de Chouchou, foi a motivação para Debussy compor "Children's Corner", suíte de peças para piano solo com temática infantil, mas com dificuldades técnicas acessíveis apenas a intérpretes adultos.
A suíte inclui itens de bom humor, como "Golliwog's Cake-Walk", que flerta com as danças americanas de salão da época (daí a alusão ao "cakewalk", gênero aparentado ao "ragtime") e inclui uma ligeira alusão paródica ao tema de amor da ópera "Tristão e Isolda", de Richard Wagner.


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