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Babalaô na Bahia e doutor na Sorbonne
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Pierre Edouard Leopold
Verger nasceu em Paris,
em 4 de novembro de
1902, filho de uma abastada família de origem belga
e alemã.
Em 1932, aprendeu a fotografar e adquiriu uma
Rolleiflex. Com a morte de
sua mãe, último parente
direto vivo, decidiu viajar
pelo mundo: "A sensação
de que existia um vasto
mundo não me saía da cabeça e o desejo de ir vê-lo
me levava em direção a outros horizontes", escreveu
em suas anotações.
Circulou pelos quatro
continentes até chegar à
Bahia, onde decidiu se fixar. O ano era 1946 e a Europa vivia as agruras do
pós-guerra. Passou, a partir daí, a dedicar sua vida
ao estudo da instigante e
complexa relação existente entre a África e a Bahia.
Por meio de fotografias
e escritos, realizou um extenso trabalho etnológico
voltado principalmente
para as religiões afro-brasileiras.
O reconhecimento de
seu trabalho lhe valeu o título de doutor em etnologia pela Universidade de
Paris, Sorbonne, mesmo
tendo abandonado os estudos formais aos 17 anos.
Mais tarde, ganhou o título de babalaô (o pai do segredo, em iorubá) no candomblé, no qual foi rebatizado com o nome de Fatumbi.
Seu acervo fotográfico
conta com cerca de 65 mil
negativos e está sob a
guarda da Fundação Pierre Verger, fundada pelo
próprio em 1988, oito anos
antes de sua morte.
(EC)
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