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"Estômago" vence Prêmio de Cinema
Filme de Marcos Jorge é eleito o melhor longa de ficção, batendo "Meu Nome Não É Johnny", que recebeu seis troféus
Leandra Leal desbancou Sandra Corveloni, de "Linha de Passe", com "Nome Próprio'; Nelson Pereira dos Santos foi homenageado na cerimônia
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
A cerimônia do Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro
chegava ao final com "Meu Nome Não É Johnny" já com seis
troféus Grande Otelo e se encaminhando para a consagração.
Mas "Estômago" conquistou as
duas últimas categorias, diretor
(Marcos Jorge) e filme, e saiu
do Vivo Rio com o status de
principal vencedor da noite de
anteontem.
""Estômago" é uma aventura
que deu muito certo envolvendo muita paixão. É a prova de
que as lacunas do processo produtivo podem ser preenchidas
pela paixão", discursou Marcos
Jorge, que já amealhou cerca de
30 prêmios no Brasil e no exterior, segundo o cineasta.
Com 14 indicações cada um,
já se esperava que "Estômago"
e "Meu Nome Não É Johnny"
ficassem com boa parte das estatuetas reservadas aos melhores de 2008 pela Academia Brasileira de Cinema -formada
por profissionais da área, que
votam pela internet.
"Johnny" ganhou as de ator
(Selton Mello), atriz coadjuvante (Julia Lemmertz), roteiro adaptado, montagem, trilha
sonora original e som.
Além de filme e diretor, "Estômago" também ganhou os
prêmios de melhor filme na votação popular (pela internet),
ator coadjuvante (Babu Santana) e roteiro original.
A inclusão nesta última categoria é controversa. O conto
"Presos pelo Estômago", de Lusa Silvestre, foi publicado em
2005 no livro "Pólvora, Gorgonzola & Alecrim" (editora
Jaboticaba). Mas Silvestre conta que enviou em 2003 um argumento para Marcos Jorge, e
que o roteiro, mais amplo do
que o conto, nasceu a partir
desta ideia. A academia diz confiar em seus filiados.
Para a mãe
O agradecimento do ator Babu Santana, cria do morro carioca do Vidigal, foi um dos melhores numa cerimônia de falas
discretas ou não muito inspiradas. "Minha mãe sempre esperou que eu pudesse levar um
canudo de faculdade para casa.
Espero que isso possa substituir, mãe", disse o ator, erguendo o troféu.
Selton Mello reverenciou em
sua fala João Miguel, que era
forte candidato por "Estômago", e ressaltou que "foi difícil
viver um personagem que estava no set", referindo-se ao ex-traficante de classe alta João
Guilherme Estrella -que também estava no Vivo Rio.
Dizendo-se "penetra" na festa do cinema, Marisa Monte
preferiu não falar quando subiu
ao palco, ao lado dos diretores
Carolina Jabor e Lula Buarque
de Hollanda, para receber o
troféu de melhor documentário por "O Mistério do Samba".
Mas contou depois o que fará
com ele: "Vou dar para a Velha
Guarda da Portela".
Leandra Leal ("Nome Próprio"), representada pela mãe
por estar em São Paulo, surpreendeu ao superar Sandra
Corveloni, melhor atriz no Festival de Cannes de 2008 por
"Linha de Passe".
O filme de Walter Salles e Daniela Thomas, aliás, não levou
nenhum troféu. Já "Ensaio sobre a Cegueira", do diretor Fernando Meirelles, conquistou
quatro nas chamadas categorias técnicas.
Unanimidade da noite foi a
homenagem ao cineasta Nelson Pereira dos Santos, 80,
aplaudido de pé.
"É o prêmio mais valioso que
estou recebendo na minha vida
de cinema, porque recebo dos
meus colegas nesse caminho de
alta inventividade e criação que
é o caminho do cinema brasileiro", disse.
Na festa que homenageou a
música no cinema, fato curioso
foram as vozes dos apresentadores Marília Pêra e Daniel Filho, ouvidas pela plateia como
se eles estivessem com a língua
presa. A direção da cerimônia
afirmou não ter identificado
problemas técnicos no som.
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