São Paulo, sexta-feira, 16 de abril de 2010

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Crítica

"Brasília 18%" garante posteridade com "relaxo"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Se há uma coisa que não se perdoa a Nelson Pereira dos Santos é o jeito meio relaxado de alguns de seus filmes. Isso ficou mais grave nestes últimos anos, em que o "bem-feitismo" se tornou ideologia no cinema nacional.
Com efeito, "Brasília 18%" (Canal Brasil, 16h30; 16 anos) não terá chance, se o critério for esse, o do artesanato.
Mas o filme tem ressonâncias que podem lhe garantir uma posteridade mais sólida que a de muitos artesanatos de sucesso.
Os 18% do título, por exemplo, nos remete tanto à característica secura do ar na capital federal, como à porcentagem das propinas e negociatas, também característica.
E já sabemos qual o tom em que é levada a trama, a que também não faltam assassinatos, legistas e políticos.
E Nelson Pereira dos Santos, que começou a carreira cantando seu amor ao Rio (com o filme "Rio 40 Graus"), aqui não demonstra o menor encanto pela cidade que vai chegando aos 50 anos (a semana é de efemérides).


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