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Virada abre com cubanos e "pendurados"
Evento cultural atrai 10 mil pessoas a show de abertura na Luz; na Prestes Maia, artistas são suspensos pela pele
Maratona, que segue hoje até 18h em vários pontos de São Paulo, deve espalhar 4 milhões em mais de mil atrações programadas
NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
No palco, um sujeito tatuado
é erguido pelas costas por três
ganchos presos ao seu próprio
corpo. Conforme ele sobe, os
espectadores sentados calmamente em almofadas de uma
das salas da galeria Prestes
Maia, no centro de São Paulo,
observam e aplaudem.
Esse é o clima do "setor" da
Virada Cultural dedicado a
modificações corporais, no caso, a chamada suspensão.
Na plateia, góticos e punks se
misturavam a curiosos. "Já vi
muito isso na TV e sempre
achei interessante observar como as pessoas suportam tanta
dor", disse o assistente administrativo Renato Oliveira, 34,
que levou a mãe, 59, ao evento.
A dupla veio do bairro do Tucuruvi, na zona norte de São
Paulo, e planejava passar a noite assistindo à série de performances.
Abertura
O público ainda chegava à
praça Julio Prestes ontem
quando a Virada Cultural 2010
teve início oficialmente, às
18h20, 20 minutos atrasada.
Para dar a largada à maratona de cerca de mil atrações espalhadas pela cidade de São
Paulo, uma artista desceu de tirolesa do topo da torre do relógio da Sala São Paulo enquanto
tocava acordeão.
Em seguida, já com a presença do prefeito Gilberto Kassab
(DEM) e do governador Alberto Goldman (PSDB), o primeiro show da Virada levou ao palco principal do evento os veteranos do grupo cubano Buena
Vista Social Club.
"A expectativa é a melhor
possível. Esperamos um público muito expressivo e que todo
mundo se divirta muito", disse
Kassab. No mesmo tom, Goldman afirmou que esperava que
a Virada 2010 fosse "mais ampla, com mais atrações e mais
gente" do que em 2009.
Prefeito e governador se sentaram na área VIP reservada
em frente ao palco e cochicharam durante boa parte do show
de Barbarito Torres e Ignacio
"Mazacote" Carrillo.
De acordo com a Polícia Militar, o show dos cubanos reuniu cerca de 10 mil pessoas.
Pais com crianças, idosos e
jovens transformaram o gramado ao redor da praça em
uma pista de salsa, animada
pela cerveja quente vendida
por alguns camelôs e por garrafas de vinho a R$ 7 cada uma.
Quem estava mais longe do
palco acabou escalando muretas, grades e portões para enxergar o movimento do grupo.
Às 18h10, antes mesmo do
início oficial da Virada, quem
procurava entretenimento
menos agitado fazia fila para a
mostra de filmes sobre o monstro Godzilla no Cine Windsor,
cuja programação normal é de
filmes pornográficos.
Na praça Roosevelt, a noite
começou com jovens vestidos à
moda da Idade Média que organizavam sessões de RPG e
rodadas de jogos de tabuleiro.
Colaboraram BRUNA BITTENCOURT e ELTON BEZERRA
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