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SHOW CRÍTICA
The Stylistics lembra velhos tempos
MARCELO RUBENS PAIVA
especial para a Folha
Ah, os velhos tempos... Iniciando o projeto "Motown's in the
Town" (Motown na Cidade), do
Bourbon Street Music Club, The
Stylistics canta antigos sucessos.
Ele, que já foi considerado o melhor grupo vocal dos anos 70, veio
com a formação original: Herb
Murrel, Arrion Love e Russel
Thompkins, que, nos seus mais de
50 anos, ainda mantém o inacreditável falsete.
Você não se lembra do The
Stylistics, que começou no soul,
mas se firmou na era "disco"?
Então lá vai: "You are everything,
and everything is you..." (repete).
O show seguiu o tradicional roteiro que identifica shows da música negra norte-americana. Uma
banda de garotos abre, tocando
duas músicas instrumentais para
aquecer as palhetas, afinar os instrumentos e repassar o som.
Em seguida, uma vinheta curta
faz um apanhado dos maiores sucessos do grupo, como "Break Up
to Me" e "You Make Me Fell
Brand New".
Entram os três "Stylistics" de
terninho preto. Seguem um roteiro cronológico, com aquela coreografia "blackteen" que marcou a
geração Motown (gravadora de
música negra que lançou a nata da
música pop norte-americana, como Stevie Wonder, Marvin Gaye,
Michael Jackson e outros).
A coreografia é um show à parte.
Ela "interpreta" com estilo as
canções, todas românticas, abrindo a semana do Dia dos Namorados.
A letra diz "eu tentei telefonar",
e eles colocam a mão no ouvido,
imitando um telefone. Dão rodopios e estalam os dedos.
É como uma linguagem de sinais
para deficientes auditivos, misturado ao balanço da "black music".
Na segunda música, cantam
"Something Never Changes",
que, no contexto, poderia ser traduzida como "As Coisas Nunca
Mudam". The Stylistics está de
volta. Um de seus maiores sucessos, "Betcha by Golly Wow!",
acaba de ser regravado por Prince
("Emancipation").
O grupo, que nasceu num colégio da Filadelphia cantando soul e
que, já no primeiro disco, "You're
a Big Girl Now" (1970), entrou para as paradas de sucesso, voltou ao
estúdio para gravar um novo disco, cujo nome não poderia ser outro: "Love Talks" (Conversas de
Amor).
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