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EXPOSIÇÃO
Com curadoria de Emanoel Araújo, mostra tem obras de Miró, Portinari e Picasso
Curitiba vê coleção de Odorico Tavares
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Parece catálogo de uma famosa
galeria de arte de Paris ou Nova
York, mas são obras de um único
colecionador, ao alcance dos
olhos de gente comum. O Museu
Oscar Niemeyer, de Curitiba,
abriu ontem para o público uma
exposição que reúne cerca de 500
trabalhos -telas, desenhos, esculturas, xilogravuras, cartas e fotografias- da coleção que o jornalista e escritor Odorico Tavares
conseguiu reunir em Salvador,
dos anos 40 aos 60.
Telas de Miró, Portinari, Di Cavalcanti, Djanira, Volpi, Segall,
Mabe, Matisse, George Roual,
louças assinadas por Picasso e
mais telas dos reconhecidos japoneses Hamaguchi, Sagai e Tsutaka vão sendo apresentadas em
meio a fotografias inéditas de
Pierre Verger, sobre a Bahia dos
anos 40, e a cartas dos artistas ao
colecionador.
A exposição "Minha Casa Baiana - Sonhos e Desejos de um Colecionador de Arte" ocupa as três
principais salas do museu até o final de setembro. "Eu aconselharia
que as pessoas viessem mais de
uma vez, porque são muitas obras
para uma visita só", recomenda o
curador da mostra, Emanoel
Araújo. É a primeira curadoria
dele depois da passagem meteórica pela Secretaria Municipal de
Cultura de São Paulo.
Para Araújo, Odorico Tavares
teve um papel de "animador cultural" em Salvador, a partir de
1942, quando chegou à cidade indicado diretor do "Diário de Notícias" e de outros veículos dos Diários Associados, pelo dono, Assis
Chateaubriand. Nascido em Pernambuco, Tavares morreu em
Salvador nos 70 em razão de um
acidente cardiovascular. Sua coleção pertence a um neto.
De Picasso, há dois pratos e uma
escultura; de Miró, seis telas e provas da amizade entre os dois, como um retrato do colecionador e
a família e um bilhete de 22 de setembro 1973, em que o artista espanhol agradece um livro.
Mas é de brasileiros -e notadamente de artistas baianos- a
maior parte das obras da coleção.
Com a assinatura E. di Cavalcanti
(o E é de Emiliano) há, além de
óleos sobre tela, uma série de gravuras criadas para edições de arte
em papel especial impressas na
Argentina. "Eram destinadas a
um público que comprava obra
de arte, mas não pintura por ser
cara", conta Araújo.
O curador deu destaque à coleção em uma sala que começa com
nove telas em óleo de Portinari,
vai para Djanira, Di Cavalcanti,
Volpi, Scliar... Uma preferência
do colecionador pelo abstrato é
denunciada nas obras dos pintores japoneses que Tavares reuniu.
Minha Casa Baiana - Sonhos e Desejos de um Colecionador de Arte
Curadoria: Emanoel Araújo
Quando: ter. a dom., das 10 às 18h; de
15/7 a 30/9
Onde: Museu Oscar Niemeyer (r.
Marechal Hermes, 999, Centro Cívico,
Curitiba, tel. 0/xx/41/350-4400)
Quanto: R$ 4, R$ 2 (estudantes) e grátis
(para crianças de até 12 anos, maiores de
60 e grupos de estudantes de escolas
públicas)
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