São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

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EXPOSIÇÃO

Com curadoria de Emanoel Araújo, mostra tem obras de Miró, Portinari e Picasso

Curitiba vê coleção de Odorico Tavares

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Parece catálogo de uma famosa galeria de arte de Paris ou Nova York, mas são obras de um único colecionador, ao alcance dos olhos de gente comum. O Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba, abriu ontem para o público uma exposição que reúne cerca de 500 trabalhos -telas, desenhos, esculturas, xilogravuras, cartas e fotografias- da coleção que o jornalista e escritor Odorico Tavares conseguiu reunir em Salvador, dos anos 40 aos 60.
Telas de Miró, Portinari, Di Cavalcanti, Djanira, Volpi, Segall, Mabe, Matisse, George Roual, louças assinadas por Picasso e mais telas dos reconhecidos japoneses Hamaguchi, Sagai e Tsutaka vão sendo apresentadas em meio a fotografias inéditas de Pierre Verger, sobre a Bahia dos anos 40, e a cartas dos artistas ao colecionador.
A exposição "Minha Casa Baiana - Sonhos e Desejos de um Colecionador de Arte" ocupa as três principais salas do museu até o final de setembro. "Eu aconselharia que as pessoas viessem mais de uma vez, porque são muitas obras para uma visita só", recomenda o curador da mostra, Emanoel Araújo. É a primeira curadoria dele depois da passagem meteórica pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
Para Araújo, Odorico Tavares teve um papel de "animador cultural" em Salvador, a partir de 1942, quando chegou à cidade indicado diretor do "Diário de Notícias" e de outros veículos dos Diários Associados, pelo dono, Assis Chateaubriand. Nascido em Pernambuco, Tavares morreu em Salvador nos 70 em razão de um acidente cardiovascular. Sua coleção pertence a um neto.
De Picasso, há dois pratos e uma escultura; de Miró, seis telas e provas da amizade entre os dois, como um retrato do colecionador e a família e um bilhete de 22 de setembro 1973, em que o artista espanhol agradece um livro.
Mas é de brasileiros -e notadamente de artistas baianos- a maior parte das obras da coleção. Com a assinatura E. di Cavalcanti (o E é de Emiliano) há, além de óleos sobre tela, uma série de gravuras criadas para edições de arte em papel especial impressas na Argentina. "Eram destinadas a um público que comprava obra de arte, mas não pintura por ser cara", conta Araújo.
O curador deu destaque à coleção em uma sala que começa com nove telas em óleo de Portinari, vai para Djanira, Di Cavalcanti, Volpi, Scliar... Uma preferência do colecionador pelo abstrato é denunciada nas obras dos pintores japoneses que Tavares reuniu.


Minha Casa Baiana - Sonhos e Desejos de um Colecionador de Arte
Curadoria:
Emanoel Araújo
Quando: ter. a dom., das 10 às 18h; de 15/7 a 30/9
Onde: Museu Oscar Niemeyer (r. Marechal Hermes, 999, Centro Cívico, Curitiba, tel. 0/xx/41/350-4400)
Quanto: R$ 4, R$ 2 (estudantes) e grátis (para crianças de até 12 anos, maiores de 60 e grupos de estudantes de escolas públicas)


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