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ARTES PLÁSTICAS
Tribunal de Contas da União aguarda prestação de contas da mostra realizada em 97 no Museu Nacional de Belas-Artes
Museu não prestou contas de "Monet"
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
O TCU (Tribunal de Contas da
União) analisa o sumiço de R$
988.526,93 arrecadados nas bilheterias e lojas do MNBA (Museu
Nacional de Belas-Artes), no Rio,
durante a exposição Monet, exibida de 12 de março a 19 de maio de
1997.
Mais de dois anos após o encerramento da mostra com obras do
pintor impressionista francês
Claude Monet, o museu, localizado no centro do Rio, ainda não
prestou contas do arrecadado na
venda de ingressos e suvenires.
O TCU foi avisado da ausência
da prestação de contas pela Secretaria de Controle Interno no
MinC (Ministério da Cultura),
vinculada à Secretaria Federal de
Controle do Ministério da Fazenda. As contas deveriam ter sido
prestadas em 97.
Em março, auditores do governo examinaram as despesas do
MNBA. Eles exigiram que fossem
prestadas contas da arrecadação e
dos patrocínios obtidos para a
montagem da mostra. Até hoje
não receberam os documentos.
O relatório da Secretaria de
Controle Interno está na 6ª Secretaria de Controle Externo do
TCU, juntamente com os comprovantes de gastos do MinC no
exercício de 98.
O TCU deve se manifestar sobre
a questão até o fim do ano. Geralmente, após recolher informações sobre o caso, o tribunal estipula um prazo para que o devedor acerte sua situação com o governo federal.
Caso a dívida não seja quitada, o
Ministério Público Federal é acionado pelo TCU, dando início a
uma ação judicial.
"Se não há comprovante, vai ter
que devolver o dinheiro. Quem
controlou a bilheteria tem que
prestar contas", disse à Folha o
secretário de Controle Interno no
MinC, Japiassu da Silva.
No mês passado, a direção do
museu enviou ao MinC apenas a
prestação de contas dos gastos
realizados com os R$ 1.451.000,00
cedidos por quatro patrocinadores (Sul América Seguros, Petrobras, Telebrás e IBM).
Essa prestação foi devolvida ao
museu na segunda-feira passada,
informou o secretário de Patrimônio, Museus e Artes Plásticas
do MinC, Octávio Elísio.
Segundo Elísio, a devolução
ocorreu para que "ajustes sejam
acertados". Esses ajustes seriam
"em termos de documentação".
Teriam sido apresentados recibos, alguns ilegíveis, em vez de
notas fiscais que comprovassem
os gastos. Esses documentos deverão seguir depois para a Secretaria de Controle Interno no
MinC.
Elísio disse que, "em uma primeira análise", não surgiram evidências de que teria havido intenção de lesar os cofres públicos nos
gastos do dinheiro dos patrocinadores.
"A conclusão da análise é essa:
as despesas atenderam aos objetivos, e o projeto (a exposição) foi
executado", afirmou ele.
Elísio demonstrou, em entrevista por telefone, contrariedade
com o fato de a direção do MNBA
estar demorando para apresentar
comprovantes de gastos do dinheiro arrecadado em bilheteria e
nas lojas de lembranças.
"Não tem sentido uma exposição feita em 97 ter prestação de
contas em 99", disse ele, que há 45
dias esteve no Rio para participar
de uma reunião no museu, quando exigiu a apresentação dos
comprovantes o mais rápido possível.
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