São Paulo, quarta-feira, 16 de agosto de 2006

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Crítica

"Conversação" antevê paranóia da bisbilhotice

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"A Conversação" (Telecine Cult, 22h) foi feito num momento, meados dos anos 70, em que os equipamentos de escuta e similares, coisas para bisbilhotar a vida alheia, eram novidade (ao menos na escala e com a precisão que o filme mostra).
É isso que faz deste filme um prodígio de antecipação. Os anos 60/70 eram paranóicos em relação à hipótese de controle mais ou menos completo que o Estado (entre outros) pode exercer sobre os indivíduos. A sujeição da subjetividade era um fantasma recorrente nos filmes do período. Mas raramente com a força que tem aqui.
Hoje, se olhamos para o lado (ou para nós), sabemos que o mundo está organizado em função desses controles. De maneira que, ainda bem, "A Conversação" não é um filme de denúncia. As denúncias sempre acabam derrotadas quando se travestem de arte.
Ainda hoje, o Turner Classic Movies exibe "Intriga Internacional" (22h) e "Psicose" (0h20).


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