São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997.



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CELEBRIDADE
Ex-mulher gerencia empresa
Elvis lucra mais depois de morto

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
de Nova York

Vinte anos após sua morte, Elvis Presley está gerando mais lucro do que quando vivo.
No dia em que morreu, 16 de agosto de 1977, o rei do rock'n roll deixou uma herança que não superava a casa dos US$ 5 milhões.
Se formos comparar esse número com o atual valor de mercado da Elvis Presley Enterprises Inc., não seria exagero dizer que ele é insignificante.
Afinal, a empresa que administra o uso da imagem do cantor vale mais de US$ 600 milhões.
A história de sucesso da companhia deve-se, principalmente, à atuação de Priscilla Presley, ex-mulher de Elvis e mãe de Lisa Marie, herdeira do cantor.
Em 1977, quando Elvis morreu, foi seu pai, Vernon, quem assumiu o comando dos negócios. Logo depois, no entanto, o pai do músico passou o bastão para Priscilla.
"Foi um choque ter que pensar em administrar aquilo tudo, principalmente porque se tratava de uma companhia rumo à falência", afirmou Priscilla, que ficou mais conhecida do público em geral por suas atuações em "Corra que a Polícia Vem Aí", comédia com o ator Leslie Nielsen.
"Elvis sempre foi um artista e, como quase todo artista, não pensava no amanhã. Para ele, dinheiro existia para ser usado."
Um dos maus negócios que o cantor teria feito foi a venda para a gravadora RCA dos direitos de explorar comercialmente suas músicas. "Elvis praticamente deu suas gravações de presente", reclama Priscilla. "Ele recebeu apenas US$ 5 milhões."
Para a Elvis Presley Enterprises, restou apenas a oportunidade de ganhar dinheiro com royalties das músicas gravadas nos últimos quatro anos de vida do cantor.
Nos anos 80, porém, Priscilla iniciou uma verdadeira recuperação das finanças da empresa.
O primeiro passo foi abrir a casa em que Elvis morava, em Memphis, à visitação pública. Só com os ingressos, US$ 9 cobrados para a entrada de um adulto e US$ 4,5 para a de uma criança, o faturamento chega a US$ 7 milhões por ano.
Em 1997, ano do vigésimo aniversário da morte da estrela, a estimativa é de que o valor chegue a US$ 13,5 milhões.
O segundo passo foi explorar o nome e a imagem de Elvis, combatendo produtos piratas nos Estados Unidos e fora dele.
A companhia calcula que, antes de minar a pirataria, deixava de ganhar cerca de US$ 30 milhões por ano.
A maior fã do trabalho de Priscilla é Lisa Marie, sua filha com Elvis e ex-mulher do cantor Michael Jackson. Depois de completar 25 anos, em 1993, ela fez questão de manter sua mãe no comando da empresa.
"Minha mãe profissionalizou a companhia, contratou as pessoas certas para os lugares certos, quem sou eu para reclamar?", perguntou Lisa Marie, em entrevista coletiva.
Investimento no Brasil
Um dos principais negócios da empresa está sendo uma lanchonete com a marca Elvis, que está funcionando como ponto de encontro noturno entre adolescentes norte-americanos na cidade de Memphis.
O bar é repleto de relíquias e peças pessoais do cantor. Mas quem quiser experimentar seus pratos favoritos, alguns considerados esquisitos, como o sanduíche de banana, não vai ter, necessariamente, que ir a Memphis.
Até 1998, a idéia é abrir uma filial em Las Vegas, Nova York, Honolulu, Londres, Berlim e Tóquio.
Para a América do Sul, Brasil e Argentina são candidatos a receber a lanchonete, uma espécie de "Planet Hollywood" e "Hard Rock Cafe", mas apenas em 1999.
No Brasil, a primeira opção é São Paulo, mas o Rio de Janeiro, em fase de recuperação de seu potencial turístico e de sua imagem no exterior, não foi descartado para abrigar a lanchonete.



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