DA REPORTAGEM LOCAL

O padre Oswaldo Baldan, da paróquia São Bento, em Araraquara, diz que já esperava o resultado do processo que envolve a montagem de "Mistérios Gozozos" em sua cidade, cinco anos atrás. "Sabia que ia acabar assim, como tudo acaba no Brasil", afirma. "Só agi para que o episódio não ficasse totalmente impune."
Segundo Baldan, 68, que exerce o sacerdócio há 25 anos em Araraquara, a montagem de Zé Celso é "vergonhosa, afronta diretamente e de maneira pornográfica a Igreja Católica". O padre não assistiu ao espetáculo, mas diz que baseou sua denúncia em fotos e no relato de fiéis que teriam ficado chocados com a citação de imagens cristãs.
"Eu gosto de teatro, é uma das artes de comunicação mais perfeitas que existem. Tudo acontece ao vivo e tem o poder de indução sobre o público, que fica emocionado com o que vê", afirma.
Ele diz que costuma acompanhar espetáculos em São Paulo. Lembra-se de ter visto a comédia "Meno Male", dirigida por Gianni Ratto. Gostaria de rever o musical "Aí Vem o Dilúvio", de David Forest, atualmente em cartaz.
"Eu conferi uma montagem brasileira nos anos 70. Há uma mensagem espetacular de solidariedade nesse musical, a de que há sempre um lugar na mesa para o amigo que chega, é só apertar mais um pouco", afirma.
Depois de "Mistérios Gozozos", Zé Celso levou outras montagens para Araraquara, como "Ela", "As Bacantes" e "Pra Dar um Fim no Juízo de Deus". (VS)



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