São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2007

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Antônias, agora famosas, fazem peregrinação pela TV

Segunda temporada de "Antônia", sobre cantoras da Vila Brasilândia, estréia na sexta na Globo, apesar do fracasso da versão cinematográfica do seriado

DA REPORTAGEM LOCAL

O cineasta Fernando Meirelles, produtor de "Antônia", bem que queria, mas as cantoras não toparam formar na vida real o grupo da televisão. Tata Amaral, criadora e diretora, bem que torcia, mas a versão do seriado para o cinema não foi um sucesso de bilheteria.
Apesar dos pesares, "Antônia", a exemplo de suas batalhadoras protagonistas, segue firme e forte em uma segunda temporada na Globo, a partir da próxima sexta-feira. A base para a decisão de continuar apostando na história das cantoras da Vila Brasilândia (periferia de São Paulo) está no sucesso de audiência e repercussão da primeira safra de episódios, exibida no final de 2006.
Naqueles tempos, as protagonistas davam um duro danado para sobreviver com shows do grupo de rap Antônia. Na vida real, isso é possível, já há algum tempo, para as cantoras-atrizes Negra Li (a Preta da série), Quelynah (Maiah), Cindy Mendes (Lena) e Leilah Moreno (Barbarah). A carreira, especialmente a de Li, vai indo bem, obrigada, e por isso elas não chegaram a um consenso sobre uma formação real de Antônia.
Essa era a proposta da O2, produtora de Fernando Mei- relles ("Cidade de Deus"), e da Globo, que realizaram o projeto "Antônia", de Tata Amaral.
Pois na ficção o grupo musical vai "bombar" na segunda temporada, com cinco episódios semanais (exibição após o "Globo Repórter"). Semi-famosas, elas encaram uma peregrinação por programas populares da televisão e se apresentam em cidades do interior.
Seguem na história duas boas surpresas da primeira temporada: o rapper Thaíde, como o empresário Marcelo Diamante, e a pequena Nathalye Cris, que interpreta a filha de Preta.
Em entrevista para o lançamento da série, na semana passada, na sede paulistana da Globo, Negra Li tocou no ponto central de "Antônia": "Somos as primeiras "pretagonistas'".
Ainda que "Antônia" não tenha força para mais uma temporada em 2008, a série já marcou a história da televisão por criar heroínas negras e pobres e mostrar com boa dose de realismo a periferia paulistana.
(LAURA MATTOS)


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