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Antônias, agora famosas, fazem peregrinação pela TV
Segunda temporada de "Antônia", sobre cantoras da Vila Brasilândia, estréia na sexta na Globo, apesar do fracasso da versão cinematográfica do seriado
DA REPORTAGEM LOCAL
O cineasta Fernando Meirelles, produtor de "Antônia",
bem que queria, mas as cantoras não toparam formar na vida
real o grupo da televisão. Tata
Amaral, criadora e diretora,
bem que torcia, mas a versão do
seriado para o cinema não foi
um sucesso de bilheteria.
Apesar dos pesares, "Antônia", a exemplo de suas batalhadoras protagonistas, segue
firme e forte em uma segunda
temporada na Globo, a partir
da próxima sexta-feira. A base
para a decisão de continuar
apostando na história das cantoras da Vila Brasilândia (periferia de São Paulo) está no sucesso de audiência e repercussão da primeira safra de episódios, exibida no final de 2006.
Naqueles tempos, as protagonistas davam um duro danado para sobreviver com shows
do grupo de rap Antônia. Na vida real, isso é possível, já há algum tempo, para as cantoras-atrizes Negra Li (a Preta da série), Quelynah (Maiah), Cindy
Mendes (Lena) e Leilah Moreno (Barbarah). A carreira, especialmente a de Li, vai indo bem,
obrigada, e por isso elas não
chegaram a um consenso sobre
uma formação real de Antônia.
Essa era a proposta da O2,
produtora de Fernando Mei-
relles ("Cidade de Deus"), e da
Globo, que realizaram o projeto
"Antônia", de Tata Amaral.
Pois na ficção o grupo musical vai "bombar" na segunda
temporada, com cinco episódios semanais (exibição após o
"Globo Repórter"). Semi-famosas, elas encaram uma peregrinação por programas populares da televisão e se apresentam em cidades do interior.
Seguem na história duas boas
surpresas da primeira temporada: o rapper Thaíde, como o
empresário Marcelo Diamante,
e a pequena Nathalye Cris, que
interpreta a filha de Preta.
Em entrevista para o lançamento da série, na semana passada, na sede paulistana da Globo, Negra Li tocou no ponto central de "Antônia": "Somos
as primeiras "pretagonistas'".
Ainda que "Antônia" não tenha força para mais uma temporada em 2008, a série já marcou a história da televisão por criar heroínas negras e pobres e
mostrar com boa dose de realismo a periferia paulistana.
(LAURA MATTOS)
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