São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2008

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Crítica

Mann opõe o indivíduo e a comunidade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"E o Sangue Semeou a Terra" (TCM, 17h55; não recomendado para menores de 12 anos) começa quando James Stewart vê Arthur Kennedy prestes a ser enforcado e o resgata para ser, como ele, guia de uma caravana com destino ao extremo noroeste dos EUA.
O que vem depois é, plano por plano, cena por cena, digno de Anthony Mann. É a paisagem da terra nunca tocada, é Portland como vila aprazível, a luta para sobreviver aos índios.
Depois tudo muda: uma corrida do ouro virá conspurcar a beleza da terra, transformará Portland numa espécie de latrina. À pureza dos colonos agricultores substitui-se a ganância, a terra é maculada pela miragem de riqueza dos homens, a maldade parece que se instala no coração desses homens.
E por quê? Porque neles o individualismo venceu a comunidade. Porque se desgarraram dessa existência voltada ao bem coletivo. O conflito se refletirá nesses dois homens, Kennedy e Stewart, que são, afinal, expressão do embate entre o indivíduo e a comunidade.


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