|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
Mann opõe o indivíduo e a comunidade
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"E o Sangue Semeou a Terra" (TCM, 17h55; não recomendado para menores de 12
anos) começa quando James
Stewart vê Arthur Kennedy
prestes a ser enforcado e o resgata para ser, como ele, guia de
uma caravana com destino ao
extremo noroeste dos EUA.
O que vem depois é, plano
por plano, cena por cena, digno
de Anthony Mann. É a paisagem da terra nunca tocada, é
Portland como vila aprazível, a
luta para sobreviver aos índios.
Depois tudo muda: uma corrida do ouro virá conspurcar a
beleza da terra, transformará
Portland numa espécie de latrina. À pureza dos colonos agricultores substitui-se a ganância, a terra é maculada pela miragem de riqueza dos homens,
a maldade parece que se instala
no coração desses homens.
E por quê? Porque neles o individualismo venceu a comunidade. Porque se desgarraram
dessa existência voltada ao
bem coletivo. O conflito se refletirá nesses dois homens,
Kennedy e Stewart, que são,
afinal, expressão do embate entre o indivíduo e a comunidade.
Texto Anterior: Música: Show e entrevistas lembram anos 80 Próximo Texto: Resumo das novelas Índice
|