São Paulo, quarta-feira, 16 de setembro de 2009

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TELEVISÃO

Crítica

"Ben-Hur" com um rolo a menos era mais moderno

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não posso jurar, mas acho que é Vladimir Safatle quem conta a história do amigo que foi ver "Ben-Hur" (TCM, 22h, 16 anos) num cinema, mas a cópia estava com um rolo faltando e, durante anos, acreditou que o filme terminasse depois da famosa corrida de bigas.
Durante anos ele conviveu com um filme misterioso, no qual questões não se resolviam. É provável que tenha se decepcionado ao conhecer a versão integral do filme, a certa, onde tudo se fecha perfeitamente, à maneira tradicional.
O "Ben-Hur" truncado, no entanto, era um filme moderno (por assim dizer), pois a trama convive com arestas, com vazios. Em vez de respostas, traz enigmas, uma tela povoada por seres misteriosos, sem fim, sem início, talvez sem razão de ser. O "Ben-Hur" de hoje passará inteiro, clássico. Quem já o viu truncado e moderno dificilmente engolirá tal pobreza.


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