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TELEVISÃO
Fidel aparece em entrevista à CNN
ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local
O canal pago CNN tenta esclarecer hoje, às 10h, um dos mais importantes episódios da Guerra
Fria, travada durante cerca de 40
anos entre EUA e a extinta União
Soviética. É o o especial "Castro,
por Ele Mesmo", mostrado dentro
da série "Perspectives".
Neste programa, o presidente de
Cuba há 39 anos, Fidel Castro, fala
a Pat Mitchell, presidente da CNN
Productions, sobre suas lembranças da crise dos mísseis instalados
em Cuba, que aconteceu em 1962.
A entrevista, concedida em Havana, capital do país, foi feita em
duas sessões que totalizaram cerca
de cinco horas e faz parte de uma
série de programas sobre a Guerra
Fria que estão sendo exibidos pela
a CNN dos EUA. No Brasil, por
ora, apenas a entrevista com Castro será mostrada.
A crise dos mísseis foi o momento mais tenso da Guerra Fria e começou com a instalação dos armamentos soviéticos na ilha, que fica
próxima à costa norte-americana.
O governo dos EUA exigiu a retirada dos artefatos bélicos do local e
criou-se um impasse político e militar em que não era impossível
prever o desfecho.
Castro conta em detalhes como
foi a negociação para a instalação
dos equipamentos em Cuba. "Tínhamos medo de que a aliança
com a União Soviética descaracterizasse nossa revolução e nos mostrasse apenas como uma base soviética", conta e revela que, até onde sabe, os mísseis estavam prontos para serem usados.
O presidente chega a mostrar cópias das cartas que trocou com o
premier soviético Nikita Khrushchev e narra o envolvimento de
Che Guevara nas negociações, em
que agiu como mensageiro e negociador com o líder soviético.
O programa segue com Castro
falando da Revolução Cubana, que
aconteceu em 1959, e em como ela
se encaixava nos acontecimentos
da época. Mitchell pergunta se os
ideais da revolução liderada por
Castro tinham ligação com a tomada de posição do presidente durante a Guerra Fria, ficando ao lado dos soviéticos.
"Não fomos nós que criamos a
Guerra Fria. Queríamos fazer uma
revolução em Cuba, e queríamos
uma mudança radical e profunda.
Socialismo era algo para um futuro
distante", responde o presidente.
Em seguida, fala de como os revolucionários se organizaram e foram estruturando todo o aparato
para a revolução, que teve a participação ativa de Guevara.
Outro episódio narrado é o da invasão da Baía dos Porcos, em 1961,
quando tropas americanas tentaram invadir Cuba, mas foram rechaçadas. "Foram 60 horas insuportáveis, mas poderiam ter sido
30", desdenha.
²
O colunista
José Simão está em férias
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