São Paulo, sexta-feira, 16 de novembro de 2007

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CDs

Música Latina
United We Swing
SPANISH HARLEM ORCHESTRA
Gravadora:
Ginga P; Quanto: R$ 35, em média; Avaliação: bom
Pode ser bom o som de uma orquestra de salsa baseada em Nova York? A Spanish Harlem Orchestra é um belo exemplo de que música, seja qual for o estilo, pode ser bem-feita em qualquer lugar -a banda "brasileira" Forró in the Dark é outro exemplo de que gringo tem lá sua ginga. Liderada pelo pianista e produtor Oscar Hernández, a SHO mescla sonoridades contemporâneas e clássicas em composições próprias e emprestadas de gente como Paul Simon -dispensável. O terceiro CD da orquestra tem um clima contagiante, com letras saborosas, interpretadas em bom espanhol por Ray de la Paz.
POR QUE OUVIR: Metais e percussão marcam o compasso de músicas que empolgam até quem não é fã de música latina. Destaque para "Sácala Bailar". (ADRIANA FERREIRA SILVA)
Rock
Kill to Get Crimson
MARK KNOPFLER

Gravadora: Universal; Quanto: R$ 25, em média; Avaliação: bom
Guitarrista de ótima combinação de técnica e inspiração, além de voz inconfundível, o escocês que liderou os Dire Straits constrói uma carreira solo com a mesma dignidade de sua banda anterior. Baseado em sentimento country e blueseiro, "Kill to Get Crimson" abraça a veia de contador de histórias deste ex-hitmaker, que ainda compõe grandes canções para audiências menores, como a bela "Heart Full of Holes". O disco remete ao excelente trabalho lançado com a cantora country Emmy-Lou Harris, "All the Roadrunning".
POR QUE OUVIR: o descompromisso do trabalho não se reflete em música preguiçosa, perigo comum a artistas de rock em idade "avançada". Resgata o lado mais tranqüilo dos Straits, embora numa caminhada mais pessoal, alinhando-se a Tom Petty, Bruce Springsteen e Neil Young. (MÁRVIO DOS ANJOS)

MPB
Saraivada
CHICO SARAIVA
Gravadora:
Biscoito Fino; Quanto: R$ 30, em média;
Avaliação: bom
Exímio violonista e bom compositor, Chico Saraiva se arrisca como cantor em seu terceiro CD -que será lançado hoje no Sesc Pompéia. De voz pequena, agrada mais nas canções suaves, como "Moçambique", "O Tamanho da Tristeza" e "Sombra". Faz bem em dividir "Canto de Rei" com a ótima Verônica Ferriani e, das parcerias com Mauro Aguiar, mostra-se mais firme em "Subentendido". Nas instrumentais ou nas com letra, ele confirma seu domínio de vários ramos da música brasileira, como o samba e o coco.
POR QUE OUVIR: É um passo a mais na carreira de Saraiva, compositor em permanente evolução. (LFV)

Rock
Turn it on Again - The Hits
GENESIS
Gravadora:
EMI; Quanto: R$ 35, em média; Avaliação: bom
Entidade que peregrinou dos anos 60 aos 90, o Genesis é um mutante difícil de ser sintetizado. A banda do rock dito progressivo ganha uma coletânea dupla que privilegia demais a fase pop, em que Phil Collins era seu vocalista - que está longe de ser ruim, com hits como "No Son of Mine e "I Can't Dance"-, mas Peter Gabriel merecia mais do que apenas cinco músicas, justamente por se tratar da "gênese" do grupo inglês. Mesmo assim, há raridades do primeiro vocalista, como "Happy the Man", não lançada nos álbuns de carreira, e a excelente "The Knife pt.1", de "Trespass".
POR QUE OUVIR: preconceitos à parte, poucas bandas daquele momento equilibraram bem pretensão e senso pop -note-se as carreiras-solo que gerou. Vale a reavaliação desta "progressão". (MDA)

Metal
Venus Doom
HIM
Gravadora:
Warner Music; Quanto: R$ 40, em média; Avaliação: ruim
Quem é ele -Him, no caso? "Uma banda finlandesa de love metal", diz o verbete do grupo na Wikipedia em português. Para quem achava que o metal satânico barra-pesada era a coisa mais assustadora a sair dos países nórdicos, eis aí a ameaça do "love metal". Pela pinta dos integrantes, "Sua Majestade Infernal" -que é o que significam as três letras do nome da banda- é uma espécie de Backstreet Boys do black metal, resvalando nos velhos símbolos do satanismo (666, pentagramas etc.) sem perder a pose arrumadinha.
POR QUE NÃO OUVIR: Música de dez minutos começando com pianinho, outra acústica, só com violão... Que tipo de banda de metal é essa? Mesmo nas músicas mais "pesadas", está claro que se trata de um sub-My Chemical Romance, ou seja, algo talhado para garotas nos seus 14 anos. (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)


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