São Paulo, terça-feira, 16 de novembro de 2010

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Ter sucesso "nada muda", diz vocalista do Phoenix

Banda encerra no Brasil neste mês turnê que a inseriu entre as grandes do pop

Shows no país vão ser "muito emotivos", diz Thomas Mars, que vive em NY com a namorada, a cineasta Sofia Coppola

Barney Britton/Redferns
Thomas Mars, do Phoenix, em show em Londres, em julho

TEREZA NOVAES
EDITORA-ADJUNTA DA ILUSTRADA

Não foi boa a impressão que a banda francesa Phoenix teve na sua última visita ao Brasil, em 2006.
"Foi frustrante", diz o vocalista Thomas Mars. "Ficamos apenas 20 horas aí."
Eles voltam agora para dois shows (e três dias): são atração do Planeta Terra, no sábado, em SP, e tocam no domingo, em Belo Horizonte.
A banda, que sempre cantou em inglês, conquistou os EUA neste ano com "Wolfgang Amadeus Phoenix".
Antes restrito ao universo indie, o grupo passou a lotar lugares como o Madison Square Garden, em Nova York, e a frequentar o "mainstream" da TV: acústico da MTV, "Saturday Night Live" e David Letterman. Eles levaram ainda o Grammy de disco independente.
"Nada mudou de verdade, mas acho que as pessoas de fora [nos] veem [de forma] diferente", diz Thomas Mars, num inglês que, diferentemente do de suas músicas, é carregado de sotaque.
O vocalista conversou com a Folha de sua casa em Nova York, onde vive não por causa da música, mas pela família: a namorada Sofia Coppola e as duas filhas pequenas.
Depois de um ano superlativo, o Phoenix encerra no Brasil sua turnê. "Serão apresentações muito emotivas, porque são as últimas."
Com o fim da estrada, a banda vai voltar ao estúdio para um novo álbum, que o vocalista espera que seja menos trabalhoso do que foi "Wolfgang Amadeus".
Só a faixa "Lisztomania" levou mais de um ano para ficar pronta. "Foi inacreditavelmente lento o processo de criação do disco. Nós queríamos tê-lo feito mais rápido, mas foi impossível. "Lisztomania" foi a primeira música e a mais difícil", conta Mars.
O título é referência ao frenesi causado pelo compositor e pianista húngaro Franz Liszt (1811-1886) nos anos 1840 -provavelmente a primeira demonstração de histeria causada pela música, tão comum hoje.
Produzir um disco sem prazo para lançamento é uma forma muito independente de trabalhar. E Thomas Mars se orgulha disso.
"Tentamos manter um clima amador em nossas músicas, temos orgulho de produzir de uma forma indie."
Neste ano, a banda realizou ainda a trilha sonora de "Um Lugar Qualquer", novo filme de Sofia Coppola.

VOLTAIRE
"Foi a primeira vez que a gente fez trilha sonora. Foi muito mais fácil, porque era específico e minimalista. Usamos muito mais sons do que música, motores de carros, helicópteros", conta ele.
O filme, que ganhou o Festival de Veneza, retrata a vida completamente vazia de um ator do cinema americano.
"O personagem tem algo do "Cândido", de Voltaire, ele vive cercado das tentações do mundo contemporâneo."
A referência ajuda a lembrar que Mars, embora muito pop, é um autêntico francês.


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