São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Eu ainda não entendi direito"

DO COLUNISTA DA FOLHA

Leia a entrevista com Murray Lightburn, o vocalista da banda Dears. O álbum "No Cities Left" deve sair no Brasil ainda neste semestre, pela gravadora Trama, principalmente porque Lightburn afirma ter convite para tocar aqui no país. (LR)

 

Folha - Do final de 2004 para cá o Dears já é razoavelmente conhecido no pop. Do final de 2004 para trás, qual é a história do Dears?
Murray Lightburn -
O Dears começou há uns dez anos. Éramos eu e dois amigos, que depois largaram a banda. O Dears é um sexteto que tem três pessoas fixas. As outras três estão sempre saindo. Em 1998, gravamos um disco, "End of a Hollywood Bedtime Story". Ninguém estava fazendo, no Canadá, o mesmo tipo de música que nós. Então conseguimos boas críticas. Até que lançamos "No Cities Left", no ano passado.

Folha - Como você vê o salto na carreira do Dears de Montréal para o Reino Unido em 2004?
Lightburn -
Eu ainda não entendi direito, sabe? Mas vou levando na boa. Nosso segundo álbum é o primeiro lançado fora do Canadá!

Folha - O que achou de a "NME" ter colocado você na lista das pessoas mais descoladas de 2004?
Lightburn -
É tudo muito bom, fantástico, mas eu não me considero nem um pouco "cool". Você deveria ver minha calça de pijama. É muito, muito "uncool"..

Folha - Fale um pouco do álbum "No Cities Left".
Lightburn -
A inspiração para esse álbum foi a esperança nos momentos de desespero. O disco nasceu quando despertamos do 11 de Setembro. Estávamos indo para o estúdio, ligamos a TV e toda aquela bagunça estava acontecendo. Isso muda você. É triste que algo tão trágico precise acontecer antes que você pense sobre as coisas importantes da vida. Ou da morte, que seja.

Folha - Quais são os planos da banda para 2005?
Lightburn -
Temos uma turnê imensa começando em 19 de janeiro. Em algumas cidades nos EUA, Reino Unido e Austrália. Vamos começar a trabalhar em nosso terceiro álbum em abril. E tem esse papo sobre nós irmos para o Brasil. Temos o convite.

Folha - Não há muitos negros no rock. E agora surgem você e o Kele Okereke, cantor do Bloc Party. É a vez de cantores negros?
Lightburn -
Acho que sim. Estive em uma conferência e um cara disse que, em dez anos, os negros vão estar totalmente fora do hip hop! Em 20, as pessoas vão achar que hip hop é coisa de branco!

Folha - Que tipo de música você gosta de ouvir?
Lightburn -
De todos os tipos. De Led Zeppelin a Smiths a...

Folha - Você curte bandas novas?
Lightburn -
Tirando as bandas dos meus amigos, fica difícil porque... você ouviu falar daquela banda Modest Mouse? Finalmente eu os ouvi, depois de todo o hype. Não são maus. Normalmente bandas novas me entediam. E é isso que me preocupa: não quero que as pessoas ouçam The Dears e fiquem entediadas.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Cinema: Com "Melinda e Melinda", Woody Allen volta ao drama
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.