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Banks afirma que Nirvana o motivou
Vocalista do Interpol, cuja voz parece com a de Ian Curtis, diz que sofreu inúmeras influências, mas destaca grupo de Seattle
À Folha, integrante de banda do "novo rock" que se apresenta no Brasil em março diz que Nova York não tem cena musical forte
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
O "novo rock" que ganhou o
mundo em 2001 tem desembarcado aos poucos no Brasil.
Se Strokes, White Stripes e
Yeah Yeah Yeahs já foram vistos por aqui ao vivo, uma importante lacuna referente
àquela safra será preenchida
com a chegada do Interpol.
São Paulo (11 de março; Via
Funchal), Rio de Janeiro (13/3;
Fundição Progresso) e Belo
Horizonte (15/3; Chevrolet
Hall) são as cidades que receberão o quarteto nova-iorquino,
dono de músicas cujo espírito e
estética remetem ao Joy Division e ao pós-punk britânico
dos anos 80. E dono também de
alinhados terninhos pretos.
Desde a estréia em disco, em
2001, até o terceiro e mais recente álbum, "Our Love to Admire" (2007), o Interpol é invariavelmente associado ao rock
de duas décadas atrás, seja pela
extensão milimétrica de suas
guitarras, seja pela bateria que
pontua secamente o ritmo das
canções. E também pelo tom da
voz de Paul Banks, parecidíssimo com o de Ian Curtis (1956-1980), do Joy Division.
"Não tenho nenhum problema quando alguém diz que somos parecidos com esta ou com
aquela banda. É a sua opinião,
tudo bem. O que é errado é afirmar que somos influenciados
por tal e tal banda. Ninguém sabe o que nos influenciou. Nossas influências são centenas e
centenas de bandas, e não alguma em particular do pós-punk.
Não queira me dizer por que eu
faço o que faço", disse Paul
Banks à Folha, por telefone.
O que motivou Banks (além
dele, o Interpol é formado por
Daniel Kessler, guitarrista;
Carlos D., baixista; e Sam Fogarino, baterista) a formar um
grupo de rock não foi Joy Division nem The Cure nem Gang
of Four. "Sempre adorei hip
hop, nunca ouvi muito pós-punk. Eu comecei a fazer música por causa do Nirvana."
Segundo Banks, os shows
brasileiros terão como ponto
de partida o álbum "Our Love
to Admire", mas haverá espaço
para faixas dos dois anteriores
("Turn on the Bright Lights",
de 2002; e "Antics", de 2004).
"Temos carinho pelas músicas antigas, muitas delas certamente estarão nos shows. Estou empolgado para tocar na
América do Sul, pois nossos fãs
conhecem as músicas apenas
nas versões de estúdio."
Algumas das melhores faixas
do Interpol, como "Say Hello to
the Angels", "PDA" e "Obstacle
1" pertencem à primeira fase da
banda, entre 2001 e 2002,
quando apareceram em meio
ao "novo rock", termo usado
para designar uma safra que
rendeu Strokes e White Stripes
(leia texto nesta página).
"Naquela época, a imprensa
queria nos colocar como bandas amigas, que saíam juntas,
que faziam parte de um grupo.
Não havia nada disso. Não conhecia pessoalmente os Strokes ou o Liars... Conhecia os caras do Walkmen e do Radio 4.
Mas não conhecia Yeah Yeah
Yeahs, não éramos conectados", lembra. "Mas é fato que
ali havia algo legal acontecendo, muitas bandas boas aparecendo naquele momento."
Sobre gerações mais novas,
diz: "Não há nada especial em
Nova York. Gosto de Of Montreal, Deerhunter, Liars. Bandas boas, mas não estão concentradas no mesmo lugar".
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