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"Novo rock" de Strokes e Interpol influenciou geração Arctic Monkeys
DA REPORTAGEM LOCAL
As bandas que cresceram sob
o termo "novo rock" não traziam essencialmente nada de
novo ou de inovador em suas
músicas. Mas foi a primeira geração a se consolidar sob os
mais recentes paradigmas da
indústria musical (internet,
MP3, blogs). E deram novo sentido à expressão "hype".
Em julho de 2001, os Strokes
faziam show no clube Heaven
(capacidade: 1.200 pessoas),
em Londres, com lotação esgotada. Os ingressos oficiais custavam o equivalente a R$ 32;
mas os cambistas chegavam a
vender por R$ 500. Os Strokes,
na época, ainda não tinham
lançado um disco.
Muitas críticas diziam que a
banda era fruto do hype teoricamente criado por jornais e
revistas britânicos, como
"NME" e "The Guardian". E
que a banda teria data de validade curta -não duraria muito,
seria esquecida com o passar
dos anos.
Mas, ao mesmo tempo, essas
críticas não faziam sentido para os adolescentes do mundo
inteiro que trocavam pela internet músicas como "The Modern Age" e "Last Nite". Quando "Is This It", o primeiro álbum dos Strokes, chegou às lojas, em setembro de 2001, pelo
menos metade de suas faixas já
eram cantadas pelos fãs.
Mas o apelo dos Strokes não
era restrito apenas ao modo como suas canções eram veiculadas on-line. Suas músicas, com
uma economia de elementos
(linhas de guitarra, de bateria)
que atualizava o rock de décadas passadas, fazia par perfeito
com outras bandas que surgiam na época, especialmente
em Nova York: Interpol, Yeah
Yeah Yeahs, Radio 4, Liars...
Enquanto os Strokes e o trio
Yeah Yeah Yeahs mergulhavam no rock de garagem dos
anos 70, Interpol e Radio 4 buscavam fontes no pós-punk britânico do início dos 80 (Gang of
Four, Joy Division etc.).
Fora de Nova York, o "novo
rock" era liderado pela dupla de
Detroit White Stripes e seu
proto-punk-blues minimalista.
Da Califórnia, vieram os soturnos Black Rebel Motorcycle
Club; da Inglaterra, Pete Doherty e seu Libertines; da Suécia, o garageiro Hives; da Austrália, o Vines, filho do Nirvana.
Essas bandas aconteceram
devido ao hype feito em torno
delas? Sete anos depois, elas
ainda importam?
Bem, os Strokes talvez nunca
mais façam algo como "Is This
It", e o White Stripes provavelmente não consiga compor um
riff tão poderoso quando o de
"Seven Nation Army". Mas
marcaram uma época, e geraram frutos como Arctic Monkeys, The Cribs, The Fratellis e,
no Brasil, gente como Moptop e
Rock Rocket.
(THIAGO NEY)
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