São Paulo, quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

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"Novo rock" de Strokes e Interpol influenciou geração Arctic Monkeys

DA REPORTAGEM LOCAL

As bandas que cresceram sob o termo "novo rock" não traziam essencialmente nada de novo ou de inovador em suas músicas. Mas foi a primeira geração a se consolidar sob os mais recentes paradigmas da indústria musical (internet, MP3, blogs). E deram novo sentido à expressão "hype".
Em julho de 2001, os Strokes faziam show no clube Heaven (capacidade: 1.200 pessoas), em Londres, com lotação esgotada. Os ingressos oficiais custavam o equivalente a R$ 32; mas os cambistas chegavam a vender por R$ 500. Os Strokes, na época, ainda não tinham lançado um disco.
Muitas críticas diziam que a banda era fruto do hype teoricamente criado por jornais e revistas britânicos, como "NME" e "The Guardian". E que a banda teria data de validade curta -não duraria muito, seria esquecida com o passar dos anos.
Mas, ao mesmo tempo, essas críticas não faziam sentido para os adolescentes do mundo inteiro que trocavam pela internet músicas como "The Modern Age" e "Last Nite". Quando "Is This It", o primeiro álbum dos Strokes, chegou às lojas, em setembro de 2001, pelo menos metade de suas faixas já eram cantadas pelos fãs.
Mas o apelo dos Strokes não era restrito apenas ao modo como suas canções eram veiculadas on-line. Suas músicas, com uma economia de elementos (linhas de guitarra, de bateria) que atualizava o rock de décadas passadas, fazia par perfeito com outras bandas que surgiam na época, especialmente em Nova York: Interpol, Yeah Yeah Yeahs, Radio 4, Liars...
Enquanto os Strokes e o trio Yeah Yeah Yeahs mergulhavam no rock de garagem dos anos 70, Interpol e Radio 4 buscavam fontes no pós-punk britânico do início dos 80 (Gang of Four, Joy Division etc.).
Fora de Nova York, o "novo rock" era liderado pela dupla de Detroit White Stripes e seu proto-punk-blues minimalista. Da Califórnia, vieram os soturnos Black Rebel Motorcycle Club; da Inglaterra, Pete Doherty e seu Libertines; da Suécia, o garageiro Hives; da Austrália, o Vines, filho do Nirvana.
Essas bandas aconteceram devido ao hype feito em torno delas? Sete anos depois, elas ainda importam?
Bem, os Strokes talvez nunca mais façam algo como "Is This It", e o White Stripes provavelmente não consiga compor um riff tão poderoso quando o de "Seven Nation Army". Mas marcaram uma época, e geraram frutos como Arctic Monkeys, The Cribs, The Fratellis e, no Brasil, gente como Moptop e Rock Rocket. (THIAGO NEY)


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