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Musical que retrata capoeirista Cordão-de-Ouro chega a SP
Texto elogiado marca estréia no teatro do compositor Paulo César Pinheiro
Lenise Pinheiro/Folha Imagem
| Cena da montagem sobre o baiano defensor da cultura popular |
DA REPORTAGEM LOCAL
O compositor Paulo César
Pinheiro, 59, contava 16 anos
quando ouviu, ou melhor, leu
pela primeira vez sobre o capoeirista baiano Besouro Cordão-de-Ouro, evocado numa
das passagens do romance "O
Mar Morto", de Jorge Amado.
Em 1968, foi a vez de citar
versos daquele personagem
histórico (que também compunha sambas-de-roda) em "Lapinha", com Baden Powell, que
deu largada à carreira na MPB.
Agora, Pinheiro anda às voltas com o elogiado musical "Besouro Cordão-de-Ouro", seu
primeiro roteiro para teatro,
que estreou no Rio em 2006,
sob direção de João das Neves,
e faz curta temporada em São
Paulo a partir de amanhã, no
Sesc Pompéia.
Nascido em Santo Amaro da
Purificação, Manoel Henrique
Pereira (1885-1924), o capoeirista Besouro Mangangá ou Besouro Cordão-de-Ouro, inscreveu seu nome na história da consciência negra ao reafirmar
a cultura popular como instrumento de resistência, inclusive,
ao coronelismo político mais
ostensivo naquela Bahia do início do século 20.
"Luta contra injustiças"
"Besouro é um herói da rua,
um herói popular, não o mitificado", diz Pinheiro. Nome fundamental no teatro de protesto
do anos 60 e 70 (no grupo Opinião e no Centro Popular de
Cultura da UNE), João das Neves, 74, diz que os personagens-narradores, capoeiristas como
Besouro (Canjiquinha, Bimba,
Barroquinha, Rosa Palmeirão,
Dora das Sete Portas, Pastinha
etc), são negros interpretados
por homens e mulheres negros.
"Têm o mesmo patamar. Relatam acontecimentos históricos por meio de canções, compreendendo a imensidão, a iniqüidade e a beleza vividas. É,
em certa medida, o homem
brasileiro que luta contra injustiças em todos os tempos", diz.
A direção musical é de Luciana
Rabello e o cenário, pleno em
caixotes, de Ney Madeira.
(VS)
BESOURO CORDÃO-DE-OURO
Quando: estréia amanhã; sex. e sáb.,
às 21h30; dom., às 18h30. Até 24/2
Onde: Sesc Pompéia - galpão (r. Clélia,
93, tel. 0/xx/11/3871-7700)
Quanto: R$ 16
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