São Paulo, quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

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Musical que retrata capoeirista Cordão-de-Ouro chega a SP

Texto elogiado marca estréia no teatro do compositor Paulo César Pinheiro

Lenise Pinheiro/Folha Imagem
Cena da montagem sobre o baiano defensor da cultura popular


DA REPORTAGEM LOCAL

O compositor Paulo César Pinheiro, 59, contava 16 anos quando ouviu, ou melhor, leu pela primeira vez sobre o capoeirista baiano Besouro Cordão-de-Ouro, evocado numa das passagens do romance "O Mar Morto", de Jorge Amado.
Em 1968, foi a vez de citar versos daquele personagem histórico (que também compunha sambas-de-roda) em "Lapinha", com Baden Powell, que deu largada à carreira na MPB.
Agora, Pinheiro anda às voltas com o elogiado musical "Besouro Cordão-de-Ouro", seu primeiro roteiro para teatro, que estreou no Rio em 2006, sob direção de João das Neves, e faz curta temporada em São Paulo a partir de amanhã, no Sesc Pompéia.
Nascido em Santo Amaro da Purificação, Manoel Henrique Pereira (1885-1924), o capoeirista Besouro Mangangá ou Besouro Cordão-de-Ouro, inscreveu seu nome na história da consciência negra ao reafirmar a cultura popular como instrumento de resistência, inclusive, ao coronelismo político mais ostensivo naquela Bahia do início do século 20.

"Luta contra injustiças"
"Besouro é um herói da rua, um herói popular, não o mitificado", diz Pinheiro. Nome fundamental no teatro de protesto do anos 60 e 70 (no grupo Opinião e no Centro Popular de Cultura da UNE), João das Neves, 74, diz que os personagens-narradores, capoeiristas como Besouro (Canjiquinha, Bimba, Barroquinha, Rosa Palmeirão, Dora das Sete Portas, Pastinha etc), são negros interpretados por homens e mulheres negros.
"Têm o mesmo patamar. Relatam acontecimentos históricos por meio de canções, compreendendo a imensidão, a iniqüidade e a beleza vividas. É, em certa medida, o homem brasileiro que luta contra injustiças em todos os tempos", diz.
A direção musical é de Luciana Rabello e o cenário, pleno em caixotes, de Ney Madeira. (VS)


BESOURO CORDÃO-DE-OURO
Quando:
estréia amanhã; sex. e sáb., às 21h30; dom., às 18h30. Até 24/2
Onde: Sesc Pompéia - galpão (r. Clélia, 93, tel. 0/xx/11/3871-7700)
Quanto: R$ 16


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