São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 2006

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COLEÇÃO FOLHA

Célebres óperas "La Bohème" e "Madama Butterfly" vêm em CD

Puccini é o destaque de domingo

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um dos mais importantes compositores italianos de ópera é o tema de domingo da Coleção Folha de Música Clássica. Completamente dedicado a Giacomo Puccini (1858-1924), o volume traz trechos das óperas "La Bohème" e "Madama Butterfly".
Puccini conheceu, na Itália, o brasileiro Antonio Carlos Gomes (1836-1896) e começou a compor quando o venerando Giuseppe Verdi (1813-1901) ainda estava na ativa, e vários autores, como Ruggero Leoncavallo (1858-1919) e Pietro Mascagni (1863-1945), procuravam levar ao palco "a vida como ela é", na escola que ficou conhecida como verista.
Puccini conseguiu uma popularidade superior a todos os veristas, e comparável à de Verdi, graças a uma linguagem musical original, que incorporou as pesquisas harmônicas e orquestrais da escola germânica de Richard Wagner (1813-1883), sem perder o melodismo italiano.
Basta ver o que aconteceu com "Scènes de la Vie de Bohème", obra literária de Henry Murger ambientada na boemia artística parisiense do Quartier Latin, em 1830. Puccini e Leoncavallo, quase simultaneamente, adaptaram-na para os palcos: enquanto a "Bohème" do último permanece desconhecida, a do primeiro se tornou uma das óperas mais aclamadas de todos os tempos, com uma ária ("Che Gelida Manina", ou seja, "Que mãozinha gelada") que é cavalo-de-batalha de todo tenor lírico que se preze.
"La Bohème" é de 1896; "Madama Butterfly" foi composta oito anos mais tarde, tendo como base peça teatral homônima de David Belasco. A trama fala de Pinkerton, um marinheiro norte-americano que faz turismo sexual no Japão, abandonando grávida sua esposa oriental para se casar com uma compatriota sua, nos EUA.
O exotismo musical estava em grande voga na época, e Puccini lança mão generosamente de melodias de origem nipônica, além de especiais efeitos de orquestração e harmonia, para construir uma ambientação "oriental".
Para além dos maneirismos, "Butterfly" conquista pelas mudanças na caracterização de sua personagem-título.


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