BRUNO SEGADILHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando lançou o documentário "Isto É Spinal Tap", sobre a decadência da banda de rock homônima, em 1984, o diretor Rob Reiner recebeu algumas cartas questionando o motivo de ter escolhido um grupo tão desconhecido para protagonizar o filme.
O que muitos ainda não sabiam é que não se tratava exatamente de um documentário, já que o filme não falava de uma banda verdadeira, mas de um grupo fictício, criado especialmente para o longa.
Os desavisados tinham uma certa razão para acreditar na veracidade das cenas. Ao longo de seus quase 80 minutos de duração, o filme acompanha a última turnê do "grupo" nos Estados Unidos e mostra as frustrações e medos de seus integrantes, sem recorrer à chacota e ao deboche. Sucesso e fracasso aparecem lado a lado, como forma de humanizar os seus personagens.
As referências a pessoas e situações reais nos levam a acreditar, por alguns momentos, que estamos assistindo a um documentário de fato, com depoimentos sinceros, sem pretensões cômicas.
Mas a intenção real dessa farsa calculada, exibida hoje pelo canal VH1, é mesmo tirar um sarro da cara das celebridades e mostrar o gênio voluntarioso e o comportamento descabido de alguns ídolos do pop. Algum nome em mente?