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EUA compram coleção construtivista brasileira
Obras pertenciam a Adolpho Leirner; valor da negociação não foi revelado
As cerca de cem peças, entre elas "Metaesquema", de Oiticica, e "Bicho", de Lygia Clark, serão expostas em maio em Houston
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
A mais importante coleção
de arte construtiva brasileira,
que pertencia ao paulistano
Adolpho Leirner, foi vendida ao
Museum of Fine Arts, de Houston (EUA), anunciou ontem a
assessoria da instituição.
A venda dessas obras é comparável à aquisição, pelo argentino Eduardo Constantini, do
"Abaporu" de Tarsila do Amaral -que inspirou o Manifesto
Antropófago-, comprado em
um leilão por cerca de US$ 1,5
milhão, em 1995.
Com cerca de cem obras, realizadas entre 1950 e 1965, as peças da coleção Leirner representam um dos momentos
mais importantes da produção
nacional, com obras emblemáticas como "Bicho", de Lygia
Clark, ou "Metaesquema", de
Hélio Oiticica. Entre outros, fazem parte da coleção artistas
como Volpi, Mira Schendel,
Sérgio Camargo, Waldemar
Cordeiro e Cícero Dias.
"Vendi ao Museu de Houston
porque me pareceu o local mais
adequado", disse Leirner, ontem, à Folha. O colecionador
não revela o valor: "Isso é considerado sigilo por contrato".
O museu norte-americano,
por meio de um departamento
denominado ICAA (Centro Internacional para as Artes das
Américas), tem se destacado
por sua ação em relação à arte
latino-americana. Atualmente,
o museu exibe a exposição
"Body of Color" (corpo da cor),
que aborda um recorte da obra
de Hélio Oiticica, e segue, em
junho, para a Tate inglesa.
O ICAA está elaborando, em
colaboração com o Projeto Oiticica, o catálogo raisoné do artista, além de elaborar uma
compilação denominada Documentos Latino-Americanos do
Século 20: Projeto de Arquivo
Digital de Publicações, em fase
de pesquisa.
A coleção Leirner, que foi tema de mostra do MAM-SP em
1998, será vista na íntegra em
Houston a partir de 20 de
maio. Sua venda atesta a crescente repercussão do construtivismo brasileiro no exterior.
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