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Crítica
"O Coritintiano" dá certo porque tem verdade
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A paixão futebolística não era
tão diferente quando Milton
Amaral dirigiu "O Corintiano" (Canal Brasil, 14h30) para
Mazzaropi. Mas era certamente mais gentil do que hoje
em dia, e isso não se deve apenas à representação que dela
o filme faz.
Existe algo de objetivo que o
cinema capta: por exemplo, o
comportamento das pessoas
nos estádios, a maneira de se
vestir (que, por sinal, já não era
a mesma documentada nas belíssimas fotos de Thomas Farkas nos anos 1940).
A verdade é que, para um filme dar certo, a ficção precisa
ter verdade. E ela é perceptível
em certos momentos.
Talvez o mais marcante seja
aquela segunda-feira, depois
que o Corinthians perde para o
Palmeiras, em que Mazzaropi
sai comprando todos os jornais
disponíveis. Maneira de evitar
a gozação dos adversários, sem
dúvida, mas, sobretudo, de fazer isso que fazem os torcedores: negar, de alguma forma, o
ocorrido com seu time quando
as coisas não saem como sonhamos.
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