São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 2011
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O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo. Espanhol rege Osesp na estreia de 2011 Rafael Frühbeck de Burgos começa a temporada hoje com a "Nona Sinfonia" e obra de compositor brasileiro O regente estará à frente da orquestra também no próximo fim de semana, com Tchaikovski, Albéniz e Stravinski JOÃO BATISTA NATALI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) inaugura nesta quinta sua temporada 2011 com grandiloquência musical. Fará a "Sinfonia nº 9", de Ludwig van Beethoven (1770-1827), e ainda a estreia da "Fanfarra sobre Motivos do Hino Nacional Brasileiro", peça encomendada ao catarinense Edino Krieger, que completa hoje 83 anos. O programa, que se repetirá amanhã e domingo, terá a regência do espanhol radicado na Alemanha Rafael Frühbeck de Burgos, 77. Músico excepcional, ele já esteve com frequência no Brasil à frente de orquestras estrangeiras. Mas esta será a primeira vez que regerá a Osesp. Frühbeck de Burgos é o maestro principal da Filarmônica de Dresden e da Sinfônica da RAI, emissora pública italiana, em Turim. A "Nona", de Beethoven, é uma das mais conhecidas composições do repertório clássico. Foi completada em 1824 e, nela, está uma imensa inovação na música sinfônica, há quatro solistas vocais e um grande coro. Isso no quarto movimento, também conhecido como "Hino à Alegria", que tem como letra um poema de Friedrich Schiller, e que é hoje o hino da União Europeia. À Folha, Frühbeck de Burgos conta que regeu a "Nona" pela primeira vez aos 26 anos, com a Sinfônica de Bilbao. E conta a história de um veterano maestro alemão que, há algumas décadas, foi abordado por um colega de 23 anos que queria saber se já estaria maduro para reger a última sinfonia de Beethoven, justamente a "Nona". "Quanto mais cedo, melhor. Assim, ao ficar velho, já terá corrigido todos os erros que certamente vai cometer agora", respondeu. O regente espanhol diz não acreditar que essa seja uma obra difícil, o que é a seu ver o caso da "Sinfonia nº 2", composta pelo mesmo Beethoven, cujo segundo movimento é surpreendente pela rápida sucessão de novos temas melódicos. Frühbeck de Burgos também afirma que, em termos de complexidade para o regente, nada entre as obras de Beethoven se aproxima da "Missa Solemnis". Quanto ao repertório sinfônico, Frühbeck de Burgos conta que está se dedicando com afinco à releitura das sinfonias de Gustav Mahler que constarão do programa da próxima turnê que ele fará pela Europa e Ásia com a Filarmônica de Dresden. Ele regeu a "Nona" de Beethoven pela última vez em 2009, durante o festival de verão de Tanglewood, nos Estados Unidos. O maestro espanhol irá reger novamente a Osesp na semana que vem. No programa, há peças de Tchaikovski, Albéniz e Stravinsky. Além dos músicos da orquestra, ele regerá em Beethoven o Coral Lírico Municipal e mais a soprano Susanne Bernhard, o tenor Donald Litaker, a meiossoprano Denise de Freitas (única solista brasileira) e o baixo-barítono Jochen Kupfer. Edino Krieger, autor da primeira peça do programa, é um veterano formado no Rio, nos EUA e Inglaterra, tendo dirigido a Rádio MEC, o Instituto Nacional de Música e o MIS (Museu da Imagem e do Som). É coautor do samba-enredo do bloco Feitiço do Villa, que neste ano estreou no Carnaval carioca para homenagear Heitor Villa-Lobos. Texto Anterior: Coleção Folha traz Plácido Domingo em "O Guarani" Próximo Texto: Opinião/Temporada: Programação complexa é das mais atraentes dos últimos anos Índice | Comunicar Erros |
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