São Paulo, segunda, 17 de março de 1997.

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Bee Gees celebram 30 anos de carreira voltando às raízes

EDIANA BALLERONI
especial para a Folha, de Miami

The Brothers Gibb, os Bee Gees, estão comemorando 30 anos de carreira com um novo disco e um tour mundial de um ano e meio, que começa em setembro. Pela primeira vez na história do grupo, eles virão ao Brasil.
"Still Waters", como o próprio nome sugere (águas calmas), não tem nada do revolucionário Bee Gees, que em meados da década de 70 colocou o mundo inteiro para dançar ao som de "You Should Be Dancing", entre outros hits.
O disco é, sem dúvida, um retorno aos Bee Gees da década de 60, com muitas baladas e referências sonoras àquela época -o lançamento na América está previsto para maio.
"Há muitos elementos do começo de nossa carreira, mas liricamente há avanços. É um disco maduro e a tentativa de retomar o fio do que éramos, do que tentávamos fazer antes daquela `fever thing' da década de 70. No meio de toda aquela febre, muitas vezes nos perguntávamos o que estava acontecendo", disse o mais velho dos três irmãos, Barry Gibb, 50, em entrevista exclusiva à Folha, concedida nos estúdios do grupo em Miami Beach. A seguir, os principais trechos.


Folha - Usando o mote "30 anos de Bee Gees e 20 anos de Staying Alive", o filme, vocês não estariam tentando pegar carona na nostalgia da década de 70?
Barry Gibb -
É interessante essa obsessão cultural pela década de 70 -pela música, pelos filmes, roupas daquela época. Há cinco anos, ninguém falava nisso. A obsessão, contudo, não é nossa. Nós fomos parte da década de 70. Isso pode ajudar, mas nossa intenção, com esse disco, é seguir adiante, não voltar para trás.
Folha - Still Waters, contudo, tem muito do antigo Bee Gees, do início da carreira do grupo...
Barry -
É verdade. Há muitos "sons" das décadas de 50 e 60. O single carro-chefe do álbum, "Alone", e a música "My Lover's Prayer" tem vários elementos musicais dos anos 50. Há um pouco de tudo. É um disco maduro.
Folha - Esse disco será mais um sucesso dos Bee Gees?
Barry -
Será.
Folha -E se não for?
Barry -
Nossos egos nos dizem que podemos fazer um grande retorno. Nossas carreiras também. Se vamos fazer uma volta como a de John Travolta... Não sei.
Folha -Falando em egos, como é o processo criativo de três irmãos trabalhando juntos? Há brigas?
Barry -
A gente não se entende sempre. Geralmente discutimos por causa de músicas, mas é também o amor pela música que nos mantêm juntos.


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