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Crítica
Desequilíbrio marca entrevistas de "Babilônia"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Se "Babilônia 2000" (Canal Brasil, 19h17) é o trabalho
menos importante do mais importante dos cineastas brasileiros das últimas duas décadas,
isso acontece, em parte, devido
à ambição do projeto.
Tratava-se de documentar a
passagem do ano 1999 para o
2000 (ou do 2000 para o
2001?; de todo modo, é indiferente) em mais de um lugar do
Rio de Janeiro. Como o tempo
não volta atrás, era preciso ter
equipes independentes filmando. E, como a Coutinho não foi
dado o dom da ubiqüidade,
existe um evidente desequilíbrio entre as entrevistas que
faz pessoalmente e as demais.
Entrevistar, ou seja, conquistar a confiança das pessoas, levá-las a dizer coisas interessantes, é uma arte complicada que
Coutinho domina como poucos. Seus assistentes o observam no trabalho, o que não é irrelevante. Mais difícil é captar
a arte do cineasta, de que a entrevista é apenas uma parte.
Filmar é mais do que isso. É
mais do que colocar a câmera.
Mas isso já é outra história.
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