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Parlapatões apresentam seu Shakespeare compactado
especial para a Folha
Alexandre Roit vive o desconsolado Romeu; Hugo Passolo faz a
apaixonada Julieta; e Raul Barreto
surge na pele do ensandecido
Hamlet.
A partir dessas matizes, o grupo
Parlapatões, Patifes e Paspalhões
montou "ppp@WllmShkspr.br"
-ou, como quer o subtítulo, "Os
Melhores Momentos de William
Shakespeare em Compacto Especial"-, que estréia no teatro Faap.
Escrita pelos americanos Jess
Borgeson, Adam Long e Daniel
Singer, todos da The Reduced
Shakespeare Company, a comédia
reúne trechos das 37 peças do bardo inglês, com ênfase em "Romeu
e Julieta" e "Hamlet".
"Quem não entende nada de
Shakespeare vai sair do espetáculo
pensando que sabe tudo; e quem
sabe pouco, vai se sentir estimulado a conhecer mais", afirma Passolo, 35.
A empatia dos Parlapatões com
o texto foi instantânea. "Os autores americanos parecem que copiaram a gente, com o mesmo jogo de improviso, a atualização, a
brincadeira com o público", explica Passolo. Mas contar piadas sobre Shakespeare no Brasil requer
jogo de cintura.
"É como se a gente montasse
"Dona Flor e Seus Dois Maridos'
para os ingleses: eles não vão entender todas as tiradas", compara.
O diretor Emílio Di Biasi ("Dois
Perdidos Numa Noite Suja", "Budro") foi quem primeiro pensou
na montagem.
Ele leu o texto e pediu à crítica
Barbara Heliodora que o traduzisse -"com medo de estar cometendo alguma heresia", segundo
Passolo. Para surpresa de todos,
Heliodora já havia assistido à
montagem inglesa.
As atrizes Angela Dip e Ariela
Goldmann também participam de
"ppp@WllmShkspr.br", mas fora
do palco. Aquela criou uma coreografia para Otelo e esta deu aulas
de esgrima para o elenco.
Próximos projetos
Os Parlapatões programam duas
montagens para o segundo semestre: "Só as Mães São Felizes", de
Hugo Passolo, e "De Cá pra Lá, De
Lá pra Cá", de Alexandre Roit.
O título de "Só as Mães..." remete ao verso de um poema de William Burroughs e também à letra
de Cazuza. "Enfoca o universo dos
marginalizados de forma cômica,
quer tratando da Aids, quer da
história do Brasil", conta Passolo.
"De Lá pra Cá..." ganha uma definição peculiar de Roit, 29. "É
uma desculpa para a gente fazer o
que gosta: jogar malabares", afirma. A peça conta as peripécias de
três colocadores de outdoor.
(VS)
Peça: ppp@WllmShkspr.br
Com: Parlapatões, Patifes e Paspalhões
Quando: quinta a sábado, 21h; domingo,
20h
Onde: teatro Faap (rua Alagoas, 903,
Pacaembu, tel. 011/3662-1992)
Quanto: R$ 20
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