São Paulo, sexta, 17 de abril de 1998

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Parlapatões apresentam seu Shakespeare compactado

especial para a Folha

Alexandre Roit vive o desconsolado Romeu; Hugo Passolo faz a apaixonada Julieta; e Raul Barreto surge na pele do ensandecido Hamlet.
A partir dessas matizes, o grupo Parlapatões, Patifes e Paspalhões montou "ppp@WllmShkspr.br" -ou, como quer o subtítulo, "Os Melhores Momentos de William Shakespeare em Compacto Especial"-, que estréia no teatro Faap.
Escrita pelos americanos Jess Borgeson, Adam Long e Daniel Singer, todos da The Reduced Shakespeare Company, a comédia reúne trechos das 37 peças do bardo inglês, com ênfase em "Romeu e Julieta" e "Hamlet".
"Quem não entende nada de Shakespeare vai sair do espetáculo pensando que sabe tudo; e quem sabe pouco, vai se sentir estimulado a conhecer mais", afirma Passolo, 35.
A empatia dos Parlapatões com o texto foi instantânea. "Os autores americanos parecem que copiaram a gente, com o mesmo jogo de improviso, a atualização, a brincadeira com o público", explica Passolo. Mas contar piadas sobre Shakespeare no Brasil requer jogo de cintura.
"É como se a gente montasse "Dona Flor e Seus Dois Maridos' para os ingleses: eles não vão entender todas as tiradas", compara.
O diretor Emílio Di Biasi ("Dois Perdidos Numa Noite Suja", "Budro") foi quem primeiro pensou na montagem.
Ele leu o texto e pediu à crítica Barbara Heliodora que o traduzisse -"com medo de estar cometendo alguma heresia", segundo Passolo. Para surpresa de todos, Heliodora já havia assistido à montagem inglesa.
As atrizes Angela Dip e Ariela Goldmann também participam de "ppp@WllmShkspr.br", mas fora do palco. Aquela criou uma coreografia para Otelo e esta deu aulas de esgrima para o elenco.
Próximos projetos
Os Parlapatões programam duas montagens para o segundo semestre: "Só as Mães São Felizes", de Hugo Passolo, e "De Cá pra Lá, De Lá pra Cá", de Alexandre Roit.
O título de "Só as Mães..." remete ao verso de um poema de William Burroughs e também à letra de Cazuza. "Enfoca o universo dos marginalizados de forma cômica, quer tratando da Aids, quer da história do Brasil", conta Passolo.
"De Lá pra Cá..." ganha uma definição peculiar de Roit, 29. "É uma desculpa para a gente fazer o que gosta: jogar malabares", afirma. A peça conta as peripécias de três colocadores de outdoor. (VS)

Peça: ppp@WllmShkspr.br Com: Parlapatões, Patifes e Paspalhões
Quando: quinta a sábado, 21h; domingo, 20h
Onde: teatro Faap (rua Alagoas, 903, Pacaembu, tel. 011/3662-1992)
Quanto: R$ 20



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