São Paulo, sexta, 17 de abril de 1998

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DANÇA
Bailarinos do Brasil superam o eixo São Paulo-Rio

ANA FRANCISCA PONZIO
especial para a Folha

Fora do eixo São Paulo-Rio de Janeiro, coreógrafos brasileiros diversificam suas linguagens, atravessam fronteiras e se impõem em outros países.
Hoje, em Brasília, Marisa Godoy, que já se destacou como integrante do extinto grupo Terceira Dança, estréia com elenco próprio o espetáculo "Quero as Cousas que Existem, Não o Tempo Que as Mede".
Em Paris, o paulista Joel Borges também estréia hoje nova criação, "Lettre Capitale", reforçando a presença de brasileiros no cenário francês, que ainda conta com Denise Namura, outra criadora de São Paulo, entre os destaques da semana na capital francesa.
Em temporada no Théâtre Dunois, Denise e seu grupo, À Fleur de Peau, dirigido por ela e Michael Bugdahn, estão apresentando novo espetáculo -"Les Clefs Furtives de Ma Mémoire", que poderá ser mostrado no Brasil neste ano.
Por sua vez, Marisa Godoy levará sua nova criação para Portugal no próximo mês. Com formação em dança clássica e diversas técnicas modernas, Marisa destacou-se como bailarina e assistente de coreografia do Terceira Dança, que durante sua curta e expressiva carreira apresentou-se em Nova York e na Bienal Internacional da Dança de Lyon (França), em 1996.
Com o encerramento das atividades do Terceira Dança, por falta de patrocínios, Marisa começou a desenvolver carreira solo, mudando-se em seguida para Brasília, onde dirige, no momento, o grupo baSirah (olho do coração, em árabe).
Núcleo de pesquisa, como Marisa prefere chamar seu grupo, baSirah se insere nas atividades do projeto Espaço Vivo da Dança, sediado na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes de Brasília, dirigido pela professora e coreógrafa Yara de Cunto.
Em "Quero as Cousas Que Existem, Não o Tempo Que as Mede" (cujo título foi retirado de um poema de Fernando Pessoa), Marisa e os cinco bailarinos do baSirah exploram o tema dos condicionamentos cotidianos e as aberturas que surgem quando deles se consegue escapar.
"No momento em que permitimos uma pausa em nosso pensamento condicionado, abre-se uma gama infinita de chances para nos relacionarmos com os acontecimentos e as pessoas, surgindo diante de nós uma realidade atemporal", explica Marisa, sobre a temática do espetáculo, cuja trilha sonora inclui sons vocais e de percussão produzidos pelos próprios bailarinos.



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