|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DANÇA
Bailarinos do Brasil
superam o eixo
São Paulo-Rio
ANA FRANCISCA PONZIO
especial para a Folha
Fora do eixo São Paulo-Rio de
Janeiro, coreógrafos brasileiros
diversificam suas linguagens,
atravessam fronteiras e se impõem
em outros países.
Hoje, em Brasília, Marisa Godoy, que já se destacou como integrante do extinto grupo Terceira
Dança, estréia com elenco próprio
o espetáculo "Quero as Cousas
que Existem, Não o Tempo Que as
Mede".
Em Paris, o paulista Joel Borges
também estréia hoje nova criação,
"Lettre Capitale", reforçando a
presença de brasileiros no cenário
francês, que ainda conta com Denise Namura, outra criadora de
São Paulo, entre os destaques da
semana na capital francesa.
Em temporada no Théâtre Dunois, Denise e seu grupo, À Fleur
de Peau, dirigido por ela e Michael
Bugdahn, estão apresentando novo espetáculo -"Les Clefs Furtives de Ma Mémoire", que poderá
ser mostrado no Brasil neste ano.
Por sua vez, Marisa Godoy levará sua nova criação para Portugal
no próximo mês. Com formação
em dança clássica e diversas técnicas modernas, Marisa destacou-se
como bailarina e assistente de coreografia do Terceira Dança, que
durante sua curta e expressiva carreira apresentou-se em Nova York
e na Bienal Internacional da Dança de Lyon (França), em 1996.
Com o encerramento das atividades do Terceira Dança, por falta
de patrocínios, Marisa começou a
desenvolver carreira solo, mudando-se em seguida para Brasília,
onde dirige, no momento, o grupo
baSirah (olho do coração, em árabe).
Núcleo de pesquisa, como Marisa prefere chamar seu grupo, baSirah se insere nas atividades do
projeto Espaço Vivo da Dança, sediado na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes de Brasília, dirigido pela professora e coreógrafa
Yara de Cunto.
Em "Quero as Cousas Que Existem, Não o Tempo Que as Mede"
(cujo título foi retirado de um poema de Fernando Pessoa), Marisa e
os cinco bailarinos do baSirah exploram o tema dos condicionamentos cotidianos e as aberturas
que surgem quando deles se consegue escapar.
"No momento em que permitimos uma pausa em nosso pensamento condicionado, abre-se uma
gama infinita de chances para nos
relacionarmos com os acontecimentos e as pessoas, surgindo
diante de nós uma realidade atemporal", explica Marisa, sobre a temática do espetáculo, cuja trilha
sonora inclui sons vocais e de percussão produzidos pelos próprios
bailarinos.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|