São Paulo, Sábado, 17 de Abril de 1999 |
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Hoje é dia de circo
LÚCIO RIBEIRO enviado especial a Buenos Aires Respeitável público pop. Senhoras e senhores simpatizantes do chamado "rock pauleira" dos anos 70. Meninos e meninas da geração MTV. Hoje é dia para se esquecer de Bozo, Krusty, Atchim e Espirro. Simmons, Stanley, Frehley e Criss, os palhaços mais cultuados do planeta, estão em São Paulo. Chega à cidade a "Psycho Circus", turnê mundial da já lendária banda norte-americana Kiss. Pela primeira vez no país com sua formação original, o grupo nova-iorquino que já vendeu 80 milhões de discos no mundo desde 1972 toca hoje à noite no autódromo de Interlagos, amparados por uma parafernália de efeitos especiais e pirotécnicos. É a terceira apresentação do Kiss no Brasil. A mais divertida banda do rock já deu shows aqui em 1983 e 1994 (esta sem as famosas máscaras pintadas na cara). O show de hoje em São Paulo faz parte da última etapa da "Psycho Circus Tour", que já passou por cerca de 20 países. Anteontem o Kiss deu show em Porto Alegre, inaugurando a etapa brasileira. Aqui na América do Sul, o do autódromo de Interlagos é o derradeiro. Daqui, a banda vai para Don Juan (Porto Rico) e Cidade do México. Depois fim. A Folha viu a abertura da turnê em Los Angeles, em outubro do ano passado, esteve no show de quinta em Porto Alegre (leia texto à pág. 4-9) e acompanhou a apresentação da banda na Argentina, no último sábado. Mais de 30 mil pessoas foram ao estádio do River Plate para conferir a tal história de efeitos tridimensionais nos telões, a atração maior da turnê. Sim, o atual show do Kiss não é só o rock'n'roll básico que arrebanhou uma das maiores legiões de fãs da história da música e que, a cada clássico como "Do You Love Me", "Rock and Roll All Nite" ou "I Was Made for Lovin" You", fazia os integrantes da terra do tango levantarem a mão para cima e cantar palavra por palavra junto com a banda. E o filé do show nem são as "palhaçadas" acrobáticas da banda em cena, como na hora em que a guitarra de Paul Stanley pegar fogo, o guitarrista "voar" 50 metros e cair no meio da platéia, o baixista Gene Simmons cuspir mais sangue do que o jorrado na série "A Hora do Pesadelo", para depois "flutuar" até o teto do palco. Nem a chuva de confetes, os rojões sincronizados com a bateria, que é erguida uns 8 metros do palco, enquanto Peter Criss desce o braço no solo de "Within". A maior invenção do Kiss para a "Psycho Circus" começa na entrada, quando cada pessoa recebe um óculos 3-D. Em três momentos do show, Paul Stanley dá a deixa: "Quero ver vocês de perto. Posso ir até vocês?". Dois telões enormes instalados nas laterais do imenso palco e um gigantesco atrás da banda anunciam a hora de botar os óculos. E os efeitos especiais de 3-D dão aí a impressão, por exemplo, de que a língua de Gene Simmons quase tocava o rosto de seus fãs, numa combinação de imagens ao vivo e imagens psicodélicas pré-gravadas. É o Kiss demostrando mais uma vez que é a banda mais íntima de seus fãs na história do rock. E olha que nem precisava dos efeitos tridimensionais para mostrar isso. O jornalista Lúcio Ribeiro viajou a Buenos Aires a convite da Mercury Concerts Show: Psycho Circus Tour Banda: Kiss Quando: hoje às 22h (horário previsto) Onde: autódromo de Interlagos (SP) Quanto: R$ 50 Texto Anterior: Filmes de hoje Próximo Texto: Kissmania Índice |
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