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RAMMSTEIN
"Dance metal" abre show em SP
MARCELO MOREIRA
da Agência Folha
Quando todos pensavam que o
rock não seria mais capaz de criar
coisas diferentes, de evoluir ou até
mesmo de originar outros estilos,
um sexteto alemão aparece para
calar a boca dos críticos.
O Rammstein, que abre os shows
do Kiss no Brasil, é composto por
jovens proletários da antiga Berlim
Oriental e se orgulha de praticamente ter criado o "dance metal".
"Conseguimos juntar os elementos de muitas de nossas influências, como Kraftwerk, Ministry e
Depeche Mode, com o peso e a
energia do heavy metal do Metallica e do Pantera", afirma o baixista
Oliver Riedel, que falou à Agência
Folha por telefone de Berlim.
É difícil rotular o som que a banda faz. A batida dance dos instrumentos eletrônicos é inconfundível, assim como as guitarras pesadas e sujas.
Riedel e seus companheiros realmente merecem elogios pela coragem de associar dois gêneros distintos dance music e heavy metal
que têm aficionados que abominam o ritmo oposto.
"Não estamos preocupados com
isso. Não somos sectários e estamos abertos a novas experiências
musicais. Queremos crescer e evoluir musicalmente", exalta Riedel.
O Rammstein também é surpreendente pelo sucesso que faz na
Europa. Não bastasse fazer o chamado "dance metal", que poderia
causar rejeição entre metaleiros e
frequentadores de danceterias,
eles ainda cantam em alemão.
"Sehnsucht", seu segundo álbum, foi lançado no ano passado e
teve ótima repercussão na Alemanha, na França, na Polônia e na República Checa. Também foram
elogiados por revistas inglesas.
O barulho em torno do Rammstein chamou a atenção de gente
que nada tem a ver com música e
muito menos com heavy metal, como o cineasta David Lynch (diretor de "Twin Peaks").
Ele selecionou duas músicas do
grupo, "Rammstein" e "Hierate
Mich", para a trilha sonora do filme "A Estrada Perdida".
Apesar do pioneirismo da junção
metal-dance music, o resultado do
trabalho do Rammstein, além de
obviamente estranho, deixa a desejar enquanto proposta musical.
Em "Sehnsucht", por exemplo, o
trabalho de guitarras é muito interessante e até eficiente.
No entanto, o som é ofuscado pela insistente batida dance, talvez
mixada um pouco mais alta do que
os outros instrumentos, e pela profusão de sequenciadores e outros
efeitos eletrônicos. O que deveria
soar harmônico e integrado acaba
estanque e separado, quase que incompatível. Não bastasse isso, as
músicas são repetitivas.
Sobre a oportunidade de tocar
com o Kiss, Riedel explica: "Nosso
empresário recebeu uma oferta do
pessoal que organiza as turnês do
Kiss. Achamos que foi um bom negócio".
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