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VINHOS
Dão e Bairrada aproximam-se do país
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
O desembarque lusitano teve um objetivo claro: aumentar em 10% já neste ano as exportações dos vinhos do Dão e da
Bairrada para o Brasil.
Com essa meta em mente, as
Comissões Vitivinícolas dessas
duas regiões do centro-norte de
Portugal realizaram dia 7 de maio
no restaurante Cantaloup, em São
Paulo, a 1ª Mostra de Vinhos do
Dão e da Bairrada.
Criadas na década de 80, as Comissões Vitivinícolas são entidades privadas que têm como missões principais o controle (que
envolve a classificação de vinhedos, o registro de produtores e de
engarrafadores), a aprovação dos
vinhos com denominação de origem e, como no evento da semana
passada, a promoção dos seus
produtos.
A mostra (que reuniu 24 produtores, vários deles exibindo seus
vinhos pela primeira vez no país)
deixou claro que a mesma evolução percebida nos vinhos das regiões do Douro e do Alentejo nos
últimos anos começa a ser sentida
também nos do Dão e nos da
Bairrada.
Há brancos mais finos e perfumados (no lugar dos pesados e
oxidados de outrora) e tintos menos rudes, com maior conteúdo
de fruta e (em especial os do Dão)
muito bem condimentados com
madeira.
Novidades
Entre as boas novidades (que
devem aparecer em breve por
aqui), estão dois brancos safra
2000 da Adega Cooperativa de
Cantanhede, da Bairrada, o Maria
Gomes 2000 (pêssego intenso no
aroma, belo equilíbrio) e o Marquês de Marialva (equilibrado e
com bom conteúdo de fruta).
A Cooperativa da Mealhada, da
mesma região, mostrou outro par
de brancos interessantes, ambos
da colheita 2000, o Encosta de
Mouros, de uva bical (perfume
potente de manga e banana) e o
Escolha dos Sócios (toque de carvalho, fresco, frutado e vivaz).
Na ala dos Dão, a Dão Sul, uma
firma relativamente jovem, criada
em 1989, apresentou os Quinta de
Cabriz, um branco aromático e
redondo de uva malvasia.
Fina, safra 2000 e dois tintos varietais 99, o Alfrocheiro Preto (paladar marcado por fruta e baunilha) e o Touriga Nacional (redondo, muito frutado, de sabor longo).
Muito boa performance mostrou da mesma maneira a União
Comercial da Beira com dois dos
seus tintos safra 99, o Quinta do
Cerrado Touriga Nacional (boa
textura, toque torrado, frutas vermelhas) e o Tinta Roriz (boa concentração, redondo, madeira bem
dosada, framboesa, sabor persistente).
Além de São Paulo, os produtores levaram os seus exemplares às
cidades do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte. O esforço de divulgação das Comissões Vitivinícolas pode ajudar também os vinhos
da terrinha a recuperar o espaço
perdido.
Chile e Itália
Terceiro colocado no ranking
de vinhos importados em 2000
-com 540 mil caixas chegadas ao
Brasil-, Portugal perdeu, no ano
passado, o segundo lugar no pódio para o Chile, que, no embalo
de goles bem-feitos e com excelente relação preço-qualidade,
conseguiu colocar 560 mil caixas
no mercado.
A Itália (com 660 mil caixas)
manteve-se na ponta.
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