São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2001

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ARTES PLÁSTICAS

Tela "Noite de São João" do pintor saiu por R$ 398 mil no Rio

Guignard mantém "fôlego" em leilão

CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO

Guignard (1896-1962) continua em alta. Seu quadro "Noite de São João" (1961) foi arrematado pelo valor mais alto, R$ 398 mil, no primeiro leilão do ano realizado pela Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, anteontem, no salão nobre no hotel Copacabana Palace.
Estimado inicialmente em R$ 250 mil, a disputa pelo quadro mostrou a força do artista no mercado. "Guignard continua com fôlego. Há alguns anos ele vem sendo bastante disputado", afirma Jones Bergamin, um dos diretores da Bolsa de Arte.
O marco dessa valorização ocorreu em 1999, quando o quadro "Vaso com Flores" (1939) foi arrematado, na Christie's de Nova York, pelo deputado Ronaldo César Coelho (PSDB-RJ), por US$ 690 mil.
De resto, o leilão não foi palco de grandes disputas. Para Bergamin, o mercado não mostrou vigor em consequência da instabilidade em relação ao dólar, já que a moeda americana é usada como referência para a cotação das obras de arte.
"Quem comprou no leilão acredita que o dólar já está alto e vale a pena vendê-lo para comprar arte em reais. Outra metade acha que o dólar ainda pode subir mais e pode ser mais vantajoso adquirir um quadro daqui a um mês", diz Jones Bergamin.
Por conta da falta de disputas, Jones Bergamin ressalta que algumas obras foram adquiridas por "verdadeiras pechinchas". É o caso da pintura "Fazenda Recreio-Bemposta" (1881), de Georg Grimm, cuja reserva mínima era de R$ 250 mil. A peça foi arrematada por R$ 280 mil.
"Foi a melhor compra. Esse quadro vale entre R$ 600 mil e R$ 800 mil. Mas, num leilão, não podemos elevar o lance mínimo."
Outra "pechincha", segundo Bergamin, foi o quadro "O Anjo" (1949), de Tarsila do Amaral, que saiu a R$ 101 mil, mas que numa disputa acirrada poderia chegar a R$ 250 mil. A peça mais disputada do leilão foi um bambu de Ione Saldanha, que triplicou de preço. Saiu de R$ 12 mil e chegou a R$ 38 mil.
A obra de arte brasileira que alcançou o preço mais alto numa venda pública foi o quadro "Abaporu" (1928), de Tarsila do Amaral, arrematado em 1996 pelo colecionador argentino Eduardo Costantini por US$ 1.432.500.


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