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ARTES PLÁSTICAS
Tela "Noite de São João" do pintor saiu por R$ 398 mil no Rio
Guignard mantém "fôlego" em leilão
CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO
Guignard (1896-1962) continua
em alta. Seu quadro "Noite de São
João" (1961) foi arrematado pelo
valor mais alto, R$ 398 mil, no primeiro leilão do ano realizado pela
Bolsa de Arte do Rio de Janeiro,
anteontem, no salão nobre no hotel Copacabana Palace.
Estimado inicialmente em R$
250 mil, a disputa pelo quadro
mostrou a força do artista no
mercado. "Guignard continua
com fôlego. Há alguns anos ele
vem sendo bastante disputado",
afirma Jones Bergamin, um dos
diretores da Bolsa de Arte.
O marco dessa valorização
ocorreu em 1999, quando o quadro "Vaso com Flores" (1939) foi
arrematado, na Christie's de Nova
York, pelo deputado Ronaldo César Coelho (PSDB-RJ), por US$
690 mil.
De resto, o leilão não foi palco
de grandes disputas. Para Bergamin, o mercado não mostrou vigor em consequência da instabilidade em relação ao dólar, já que a
moeda americana é usada como
referência para a cotação das
obras de arte.
"Quem comprou no leilão acredita que o dólar já está alto e vale a
pena vendê-lo para comprar arte
em reais. Outra metade acha que
o dólar ainda pode subir mais e
pode ser mais vantajoso adquirir
um quadro daqui a um mês", diz
Jones Bergamin.
Por conta da falta de disputas,
Jones Bergamin ressalta que algumas obras foram adquiridas por
"verdadeiras pechinchas". É o caso da pintura "Fazenda Recreio-Bemposta" (1881), de Georg
Grimm, cuja reserva mínima era
de R$ 250 mil. A peça foi arrematada por R$ 280 mil.
"Foi a melhor compra. Esse
quadro vale entre R$ 600 mil e R$
800 mil. Mas, num leilão, não podemos elevar o lance mínimo."
Outra "pechincha", segundo
Bergamin, foi o quadro "O Anjo"
(1949), de Tarsila do Amaral, que
saiu a R$ 101 mil, mas que numa
disputa acirrada poderia chegar a
R$ 250 mil. A peça mais disputada
do leilão foi um bambu de Ione
Saldanha, que triplicou de preço.
Saiu de R$ 12 mil e chegou a R$ 38
mil.
A obra de arte brasileira que alcançou o preço mais alto numa
venda pública foi o quadro "Abaporu" (1928), de Tarsila do Amaral, arrematado em 1996 pelo colecionador argentino Eduardo
Costantini por US$ 1.432.500.
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