das agências internacionais

O cineasta chileno Raoul Ruiz apresentou ontem na 52ª edição do Festival de Cannes a sua adaptação da visão de mundo do escritor francês Marcel Proust (1871-1922). 'Le Temps Retrouvé' (O Tempo Reencontrado) teve uma recepção calorosa.
Também ontem foi exibido 'O Imperador e o Assassino', do chinês Chen Kaige. Em três horas de duração, o filme narra o nascimento da nação chinesa no século 3 a.C., a partir da unificação dos sete reinos, empreendida pelo imperador Quin. As duas produções são fortes concorrentes à Palma de Ouro.
'Todos os meus filmes foram uma maneira de eu me preparar para esse. Usei-os para me ocupar de aspectos da obra de Proust, como a morte, a decadência, o desdobramento da personalidade e o lado efêmero da vida', disse Raoul Ruiz.
O filme é baseado em fragmentos de 'Em Busca do Tempo Perdido', a mais conhecida criação de Proust, e conta com Catherine Deneuve, Emmanuelle Béart, Chiara Mastroianni e John Malkovich no elenco. 'Por um lado, trata-se de um filme fantástico, mas, por outro, de um filme muito realista', disse Ruiz.
A exibição serviu ainda para Ruiz se manifestar sobre a detenção do ex-presidente chileno Augusto Pinochet na Inglaterra. 'Considero ‘um bem político’ que o general Pinochet possa ser julgado pelos crimes que sugeriu ou provocou, ainda que se trate de um personagem que eu tento esquecer', disse Ruiz, que era conselheiro cinematográfico do ex-presidente Salvador Allende, deposto por Pinochet.


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