São Paulo, quinta-feira, 17 de junho de 2004

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Indústria têxtil investe em exportação e tecnologia

Ayrton Vignola/Folha Imagem
Ana Claudia Michels


HENRIETE MIRRIONE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A indústria têxtil brasileira se apóia na exportação e na tecnologia para andar para a frente. Estima-se um crescimento de 20% no volume de faturamento das exportações. No ano passado, o Brasil obteve um faturamento recorde de US$ 1,6 bilhão, dos quais 60% vieram das vendas de commodities que englobam algodão, fios e tecidos e 40%, de confecção de produtos, como cama, mesa e banho e vestuário.
As peças de confecção representam a menor parcela desse volume. O destaque fica mesmo por conta do setor de cama, mesa e banho, jeans e moda praia -este último faturou com as exportações US$ 7,2 milhões em 2002, saltando para US$ 13 milhões em 2003, representando um aumento de 80%.
Apostando no crescimento da produção de peças do vestuário com valor agregado (ou seja, relacionado ao valor da marca e do estilista), a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção) pretende que o Brasil realize até 2008 negócios que gerem um faturamento bruto de US$ 4 bilhões, com o vestuário responsável pelo menos por 50% desse valor.
Para aumentar o volume das exportações, a Abit quer ajustar os produtos e os processos das empresas para que estas possam iniciar e manter relações de exportação. Para alavancar esse projeto, longo e demorado, a entidade conta com o TexBrasil, programa estratégico ligado à Agência de Promoção de Exportação (Apex), órgão ligado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O TexBrasil leva para diversas cidades do país palestras e seminários de capacitação, ensinando as empresas de confecção a adequar e qualificar seu produto para o mercado externo. O programa orienta transações comerciais e, em alguns casos, indica consultores autônomos.

Novidades
A indústria têxtil brasileira também está investindo em seus departamentos de desenvolvimento e pesquisa, visando dois atributos fundamentais da moda hoje: conforto e praticidade. Tudo para seduzir o consumidor.
Para o estilista André Lima, por exemplo, que desfila terça na São Paulo Fashion Week, a Rhodia Poliamida desenvolveu juntamente com a TriFil fios que asseguram às malhas de tricô frescor e toque macio, fundamentais para suportar o calor da estação mais quente do ano.
Outra novidade da Rhodia é o Índigo Biotech, desenvolvido em parceria com a empresa cearense Santana Têxtil do Brasil e que será lançado hoje no desfile do estilista Mário Queiroz. O tecido é o primeiro índigo do país com características que impedem a proliferação de bactérias e odores no produto final. "Com jeitão de denim e apresentando toda a tecnologia da microfibra, como leveza e conforto, o produto pode ser aplicado em diversos segmentos, do casualwear ao fitness, e também amassa menos", ressalta o gerente de marketing José Padeiro.
Para a moda praia verão 2005, a coordenadora do núcleo de moda da Abit, Aissa Basile, acredita na força dos lançamentos de tecidos de poliamida com elastano, que combinam atributos tecnológicos de alta performance com acabamentos que ofereçam fatores de proteção ou anticloro.
Dentro dos lançamentos do gigante Rosset, o destaque fica por conta do Beach Power, uma malha lisa que apresenta uma construção com poliamida e elastano, trabalhada em fio opaco, conferindo ao produto final firmeza, aderência e uma melhor modelagem do corpo; e a vantagem de não ficar transparente mesmo quando a peça é branca.
Em termos de tendências de moda, o destaque da Rhodia fica com as cores (verde-maçã, azul-piscina, turquesa, amarelo, rosa-chiclete ou tons de sorvete) e nos florais de todos os tamanhos -do Liberty até desenhos gigantes, brincando também com folhagens, tie-dye e hibiscos. Já a Rosset aposta na força dos coordenados, como florais com listras ou ainda no mix de flores de todos os tamanhos.


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